terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cuba ainda tem algo a dizer ao Brasil

Cuba só não virou pó graças ao planejamento, à organização social e à consciência política: a ilha ainda fala aos nossos dias e à realidade que nos constrange.

Por: Saul Leblon 





Quem nunca entendeu porque Cuba ainda suscita tanta paixão e debate na política do século XXI está vivendo um novo espasmo de perplexidade.

O reatamento das relações diplomáticas entre Havana e Washington, anunciado na semana passada, dia 17/12, em pronunciamento casado de Obama, nos EUA, e Raúl Castro, em Cuba, tornou-se um dos assuntos mais importantes da agenda internacional, rivalizando com o derretimento do rublo e o mergulho nas cotações do petróleo.

Por que Cuba ainda magnetiza, a ponto de ostentar uma estatura geopolítica dezenas de vezes superior ao seu tamanho demográfico e territorial?

Digamos que não é comum que um país tenha seu nome imediatamente associado, em qualquer lugar do mundo, a sinônimo de audácia, soberania e justiça social.





Tampouco é trivial uma nação ser confundida com a legenda da bravura e da resistência por mais de meio século.

Todas essas exceções viram regra quando quatro letras se juntam para formar a palavra Cuba.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A camuflada recompensa do crime



Por Rui Peralta, Luanda
Publicada por PÁGINA GLOBAL 
Terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Integra do Texto

I - Uma das características do comportamento elitista consiste em assumir os seus interesses como "interesses nacionais".

 O seu poder é em função do "interesse de Estado", os seus negócios são "negócios de Estado", a sua segurança é "de Estado" e a privacidade das suas actividades são "segredos de Estado". Inclusive os seus lucros, benefícios e benesses são em "benefício e interesse da Nação". Esta extrapolação é extensível á Ética e á Cultura, gerando sucessivas distorções da realidade, como o "pensamento único", o "fim da História" (uma marca de Hollywood, alicerçada no "final feliz", logo seguido da histórica - anterior ao histórico leão da METRO - legenda "The End").

Claro que este discurso do "nacional" tem uma função bem determinada: pôr "o boi a dormir e a vaca a pastar". Desta forma a pluridimensionalidade da vida é transformada numa distorcida realidade unidimensional, um universo concentracionário onde a existência do Homem é uma incessante competição, conduzindo-o á sua alienação como Ser, Individuo, Pessoa e Cidadão. O objectivo de cada um dos habitantes da  "Casa Comum" é simples: dinheiro, riqueza, bens...Como é que as elites o impedem, mantendo, assim o seu estatuto e o seu Poder? Através da macroeconomia da alienação total.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A maior peregrinação que a humanidade conhece

 está em marcha, e você nunca ouviu falar dela!

Peregrinação do Arbaeen (24/11/2014)


Não é o Hajj muçulmano, nem o Kumbh Mela indu. Conhecida como Arbaeen, é a maior reunião de seres humanos que o mundo conhece. E você provavelmente jamais ouviu falar dela. Não apenas o número de peregrinos excede em várias vezes (vezes cinco!) o número dos que se reúnem em Meca, e é mais significativa, como peregrinação que o Kumbh Mela, que só acontece de três em três anos. Em resumo, a peregrinação de Arbaeen é a maior que o planeta conhece e, anualmente, reúne até 20 milhões de peregrinos. É o equivalente a 60% da população total do Iraque; e aumenta ano após ano.

O mais significativo é que a peregrinação do Arbaeen acontece no mais caótico e perigoso cenário geopolítico do mundo. O “Estado Islâmico”, também conhecido como ISIS ou ISIL ou ainda Daesh, definiu os xiitas como seu inimigo de morte. Portanto, nada enfurece mais o grupo terrorista que a visão de milhões de peregrinos xiitas em marcha para apresentar ao mundo o seu impressionante show de fé.