sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Dresden – Esquecer jamais


O impressionante relato de uma grande brutalidade




Na noite de 13 para 14 de fevereiro de 1945, a cidade de Dresden foi transformada em um monte de escombro. O que aconteceu aqui foi indescritível. Nesta cidade, onde adentravam centenas de milhares de refugiados com suas carroças, onde dezenas de milhares de soldados feridos foram alojados em hospitais improvisados, que exibiam aos céus sua cruz vermelha sobre o fundo branco, a crueldade aliada conseguiu se superar. Dresden ardeu durante sete dias e oito noites.

Brasil tem o 3º maior crescimento econômico do mundo



Brasil tem o 3º maior crescimento econômico do mundo, maior que EUA, Alemanha e Inglaterra


“Ooo mi gódi, que coisa horrível".

O Brasil, terra de vira-latas superando diversos países poderosos da UE e toda ela junta.

Agora a editoria daquele jornaleco “Ingrês” que mete o malho no Brasil dia sim e dia não também, vai ter um chilique digno do Clodovil.

 E a mídia tupiniquim? Vai ser um tal de jornalixo enfartando e pedindo socorro aos médicos cubanos, que não vai ser mole.




A oportuna lição de Barroso no STF


A oportuna lição de Barroso no STF

Por Paulo Moreira Leite

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ministro Luiz Roberto Barroso


O ministro Luiz Roberto Barroso deu uma aula de justiça, ontem.

Desde o início da ação penal 470 nós ouvimos a tese de que o país precisava de um julgamento exemplar. O argumento é que estávamos diante de uma denúncia histórica, cujo resultado teria um grande efeito simbólico.

Barroso disse:

“Antes de ser exemplar e simbólica, a Justiça precisa ser justa, sob pena de não poder ser nem um bom exemplo nem um bom símbolo".


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

NOTA DA EMBAIXADA DA SÍRIA SOBRE UM INFORME PUBLICADO NA REVISTA ÉPOCA


NOTA DA EMBAIXADA DA SÍRIA SOBRE UM INFORME PUBLICADO NA REVISTA ÉPOCA


Prezada Senhora Natália Spinace,

Em referência à nota escrita pelo jornalista Leonel Rocha e publicada na revista Época em 24/02/2014, a Embaixada da República Árabe da Síria exige a publicação do seguinte esclarecimento.

"A conversa com o jornalista Leonel Rocha não ocorreu desta forma e o Sr. Embaixador Dr. Ghassan Nseir, Chefe da Missão da  Embaixada da Síria, não dirigiu nenhuma crítica ao Governo do Brasil, muito menos à Presidenta Dilma Rousseff. Ele apenas disse que, pelos laços de amizade que ligam o Brasil à Síria, esperava mais ajuda do Brasil ao povo da Síria e considerou a posição brasileira em relação à crise na Síria uma posição equilibrada.

Exigimos, então, a publicação deste esclarecimento e esperamos que o jornalista Leonel Rocha seja mais profissional e mais ético na reprodução das informações.


Barbosa, a marionete do golpe, morreu pela boca



Barbosa, a marionete do golpe, morreu pela boca.

 por Miguel do Rosário 

O escritor argentino Ricardo Piglia, num de seus ensaios, propõe uma tese segundo a qual um conto oferece sempre duas histórias. Uma delas acontece num descampado aberto, à vista do leitor, e o talento do artista consiste em esconder a segunda história nos interstícios da primeira.

Ministro Luís Roberto Barroso


 Agora sabemos que não são apenas escritores que sabem ocultar uma história secreta nas entrelinhas de uma narrativa clássica. O ministro Luís Roberto Barroso nos mostrou que um jurista astuto (no bom sentido) também possui esse dom.

Esta é a razão do ridículo destempero de Joaquim Barbosa. Esta é a razão pela qual Barbosa interrompeu o voto do colega várias vezes e fez questão de, ao final deste, vociferar um discurso raivoso e mal educado.

Agricultura familiar africana com jeito brasileiro


Um Brasil que poucos conhecem

Agricultura familiar africana com jeito brasileiro

  A cooperação para o desenvolvimento de uma economia rural sustentável vem sendo a ponta de lança do apoio que o Brasil leva à África, no âmbito de um ambicioso projeto de governo que mistura influências geopolíticas, interesses comerciais e ajuda humanitária. Com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) presente no continente há cerca de 10 anos, os projetos nas chamadas “áreas de risco” se multiplicaram.



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Alfredo Bosi e o vazio da cultura




Alfredo Bosi e o vazio da cultura


Alfredo Bosi


Por Urariano Mota.

De modo geral, e particular também, nos textos de cultura na imprensa há um grande logro. Eles não cumprem o que anunciam no título, nem cumprem, quando realizam algum nexo, algo que nos informe, que nos pague o tempo perdido em percorrer suas páginas. Sim, claro, isto é uma característica geral de todas as seções da imprensa, das capas que nos enganam aos programas de televisão. Mas o logro e o malogro das notícias culturais têm um quê de específico, uma especialização nesse logro geral.

Texto fake da revista francesa é amoral e fere direitos


Desmontando a farsa:
Como os criminosos adulteraram o artigo da revista France Football.

do site
JusBrasil - Notícias
26 de fevereiro de 2014
Publicado por Silas Correa Leite - 1 dia atrás

Nota: Não deixem de seguir os links abaixo, em cada um será uma surpresa , como foi para mim. Operere

Como já se sabe, membros de grupos de extrema-direita produziram uma versão criminosa do texto da revista France Football sobre a Copa do Mundo FIFA no Brasil.

A reportagem original tem um tom crítico exagerado e incorre no erro e no preconceito. Nem de longe, porém, empilha tantas inverdades, como fizeram os sabotadores virtuais.

O material fake vem sendo distribuído massivamente nas redes sociais, especialmente por grupos radicais, como OCC, MCC, Nasruas, ChangeBrazil, além de seguidores do ativista Olavo de Carvalho.

Em alguns casos, tem sido divulgado também por simpatizantes do PSDB e de partidos da chamada extrema-esquerda.

Obviamente, atacar feroz e covardemente o Brasil e os brasileiros é estratégia destinada a influenciar as eleições de 2014.
Cabe, portanto, uma série de reparos a essa peça de banditismo, pois se sabe que dificilmente ocorrerá enquadramento policial de seus autores.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Os donos do mundo

EUA: os donos do mundo
Igor Fuser









Nem romanos nem britânicos. Nem persas nem egípcios. Nunca uma nação foi tão poderosa quanto os Estados Unidos são hoje. Como e por que eles se tornaram a maior potência de todos os tempos?

01/07/2006


A guerra que você não vê



A guerra que você não vê

“Ou de como os jornalistas se tornam cúmplices dos criminosos de guerra”

Neste documentário, John Pilger expõe como os grandes meios de comunicação dos países imperialistas (assim como seus representantes nos países periféricos) manipulam as informações com o objetivo de justificar suas guerras de rapina e outras políticas contrárias aos interesses das maiorias populares.

John Pilger revela como estes meios agem de modo orquestrado para beneficiar as políticas imperialistas dos Estados Unidos, por exemplo, e de seus agentes no Oriente Médio (Israel).

A vida humana nada conta para estas potências imperialistas (ou sub-imperialistas) nem para a mídia que as defende.

Nada está por cima dos interesses econômicos ou estratégicos militares dos estados e grupos econômicos que exercem a hegemonia política no planeta.

As cenas das atrocidades cometidas no Iraque, no Afeganistão e na Palestina são amostras do grau de perversidade a que se pode chegar com o objetivo de garantir privilégios.
Publicado em 12/02/2013


Atenção:
Desaconselho que pessoas mais sensíveis assistam a este documentário.
Ele contém cenas de extrema violência.










Tecnologias do Conhecimento

Terminada a última guerra mundial foi encontrada, num campo de concentração nazista, a seguinte mensagem dirigida aos professores:

"Prezado Professor,
 Sou sobrevivente de um campo de concentração.
Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver.
Câmaras de gás construídas por engenheiros formados.
Crianças envenenadas por médicos diplomados.
Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas.
Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de
colégios e universidades.
Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação.
Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos.
Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou
psicopatas hábeis.
Ler, escrever e aritmética só são importantes
Para fazer nossas crianças mais humanas."

As tecnologias são importantes, mas apenas se soubermos utilizá-las. E saber utilizá-las não é apenas um problema técnico.



Ladislau Dowbor – Livro: Tecnologias do conhecimento: os desafios da educação – (Versão atualizada) – Vozes – 2013, 85p.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Revolução cubana nos postos de saúde


Seis médicas cubanas convivem na mesma casa em Guaíba, todas deixaram suas famílias a fim de realizar essa missão internacional

Foto: Anderson Fetter / Agencia RBS


Itamar Melo, Júlia Otero e Larissa Roso


Pouco depois das 7h, seis mulheres saem de uma casa no centro de Guaíba para trabalhar. Vestem-se com simplicidade e carregam a marmita do almoço. Uma delas segue a pé. As outras ficam na parada de ônibus, com o vale-transporte à mão, rumo a cinco bairros distintos, em viagens de até 40 minutos. A rotina é idêntica à de milhões de trabalhadores, mas tem um aspecto surpreendente. As seis mulheres são médicas.


Impressionante o engajamento de nossa população

Impressionante o engajamento de nossa população que acredita ser politizada.

Se fosse algo que não estivesse sendo motivo de debates, muitas vezes acalorados, tudo bem, mas, essa questão afeta diretamente a todos nós.

Observem a primeira imagem:

Mais de 140 milhões de eleitores em 2012.




Agora observem a segunda imagem:


Apenas 2582 pessoas responderam a enquete.

Enquete essa feita pelo Senado Federal e não por qualquer instituto de pesquisas, cujos resultados nem sempre são confiáveis.

“Donde estás ó imbecil”, queres mudar o País com truculência por saberes que não portas nenhum tipo de argumento para sentares e debateres com civilidade.

Como dizia o francês do buteco – “cest mole non”.

Acompanhe:

http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=112423



domingo, 23 de fevereiro de 2014

A oligarquia internacional deseja a depressão e o caos político


A oligarquia internacional deseja a depressão e o caos político


Excelente artigo. Vale uma reflexão.




 Por Adriano Benayon 


Credores da Dívida Interna do Brasil - 11/2013 (não auditada)

É hora de abrir o olho. Estamos no Brasil e no Mundo em situação especialmente perigosa, de que há copiosas manifestações, cujas causas são sistematicamente ocultadas, pois os que estão por trás delas, querem operar despercebidos.





sábado, 22 de fevereiro de 2014

Um discurso para ficar na história

DISCURSO DO VICE-PRIMEIRO-MINISTRO DA SÍRIA E MINISTRO DO EXTERIOR E EXPATRIADOS, WALID AL-MOALLEM, À “CONFERÊNCIA GENEBRA-2”, EM MONTREUX, SUÍÇA


Vice-Primeiro-Ministro da Síria e Ministro do Exterior
e Expatriados, Walid al-Moallem

SEXTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2014
22/1/2014, Global Research News (pela Agência SANA)
Traduzido do inglês pelo pessoal da Vila Vudu


Senhoras e Senhores,

Falo-lhes em nome da República Árabe Síria, REPÚBLICA – estado civil que alguns, aqui nessa sala, tentaram empurrar de volta à idade média; ÁRABE – orgulhosa da sua firme e constante herança panárabe, apesar dos deliberados atos de agressão de supostos fraternais amigos árabes; e SÍRIA, com história de mais de sete mil anos.


A mídia e os palestinos

A mídia e os palestinos


Um homem passeava tranquilamente no Central Park em Nova York quando, de repente, vê um cachorro raivoso prestes a atacar menina indefesa de sete anos de idade. Os curiosos olham, de longe, mas, atemorizados, nada fazem para defender a criança.

O homem não pensou duas vezes, lançou-se sobre o pescoço do cachorro e após muita luta, matou o raivoso animal e salvou a vida da menina.

Um policial que acompanhou tudo, maravilhado, aproximou-se e disse:
– O Senhor é um herói. Amanhã todos poderão ler na primeira página dos jornais a seguinte manchete:
“Um valente nova-iorquino salva a vida de uma menina”.

O homem respondeu:
– Obrigado pelo elogio, mas eu não sou de Nova York.
– Bom, disse o policial, então a manchete será:
“Um valente americano salva a vida de uma menina”.

– Mas é que eu tampouco sou americano, insiste o homem.
– Bom, isso é o de menos. E de onde o senhor é então?
-Sou palestino, respondeu o valente homem.
No dia seguinte, os jornais publicam a notícia com a seguinte manchete:

 “Terrorista árabe massacra de maneira impiedosa um cachorro americano de raça diante de uma menina de sete anos que chorava aterrorizada”

http://blogdobourdoukan.blogspot.com/2013/06/a-midia-e-os-palestinos.html

A Química do Amor

Os efeitos da paixão no organismo


Dra. Thaisa Jonasson




1.    Quais são os hormônios liberados por quem está apaixonado?

Sempre que alguém percebe outro ser humano como romanticamente atraente, o hipotálamo transmite uma mensagem, através de vários produtos químicos, para a hipófise, a qual libera hormônios que são rapidamente liberados na corrente sanguínea.

Os principais hormônios e neurotransmissores liberados na paixão são: Feniletilamina, Noradrenalina, Dopamina, Serotonina, Endorfina, Testosterona, Ocitocina, Vasopressina.


Para uma definição do terrorismo


Leonardo Boff













Para uma definição do terrorismo


As manifestações massivas de junho/julho de 2013, em grande parte pacíficas e as outras havidas neste ano de 2014 que mostraram a atuação violenta dos black blocs que, mascarados, quebram agências de bancos, vitrines de lojas e depredam edifícios públicos, atacam violentamente policiais, culminando com a morte do cinegrafista Santiago Andrade, suscitaram o tema do terrorismo.


O reacionário está na moda....

Tamanha reação do conservadorismo extremo pode indicar que o país anda no caminho certo. 


Marcelo Semer


Não foi surpresa que logo após o comentário em que deu status de legítima defesa a justiceiros, a jornalista Rachel Sheherazade tenha tido a oportunidade de escrever artigo no espaço mais nobre de um grande jornal. 

Foi vociferando a altos brados, contra todas as formas de ‘esquerdismo’, sem sutilezas nem decoros, que Reinaldo Azevedo ganhou o status de colunista nesse mesmo diário. 


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Os potenciais dos programas antipobreza


Demos os primeiros passos e alguns já falam em esgotamento do modelo, muitos com a esperança que se esgote, e com as vistas postas nas eleições.


Ladislau Dowbor

         Demos os primeiros passos e já falam em esgotamento do modelo, muitos com a esperança que se esgote, e com as vistas postas nas eleições. A comprovação estaria no “pibinho”. Tirou-se 36 milhões de pessoas da miséria, ampliou-se um pouco a profundidade do mercado consumidor, e agora teríamos de buscar outros caminhos. Na realidade não há esgotamento, e os potenciais do desenvolvimento decente e sustentável continuam centrados na redução da miséria, na inclusão produtiva, na elevação da massa salarial e dos direitos sociais.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

É meu dever dizer aos jovens

NESTE MOMENTO EM QUE UM GOLPE RONDA UM PAÍS VIZINHO, É MEU DEVER DIZER AOS JOVENS O QUE É UM GOLPE DE ESTADO


Hildegard Angel




Neste momento extremamente grave em que vemos um golpe militar caminhar célere rumo a um país vizinho, com o noticiário chegando a nós de modo distorcido, utilizando-se de imagens fictícias, exibindo fotos de procissões religiosas em Caracas como se fosse do povo venezuelano revoltoso nas ruas; mostrando vídeos antigos como se atuais fossem; e quando, pelo próprio visual próspero e “coxinha” dos manifestantes, podemos bem avaliar os interesses de sua sofreguidão, que os impedem de respeitar os valores democráticos e esperar nova eleição para mudar o governo que os desagrada, vejo como meu dever abrir a boca e falar.

Dizer a vocês, jovens de 20, 30, 40 anos de meu Brasil, o que é de fato uma ditadura.

         Se a Ditadura Militar tivesse sido contada na escola, como são a Inconfidência Mineira e outros episódios pontuais de usurpação da liberdade em nosso país, eu não estaria me vendo hoje obrigada a passar sal em minhas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar.

         Fazer as feridas sangrarem é obrigação de cada um dos que sofreram naquele período e ainda têm voz para falar.


         Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo. O coração tem razões…


         Eu falo e eu choro e eu me sinto um bagaço. Talvez porque a minha consciência do sofrimento tenha pegado meio no tranco, como se eu vivesse durante um certo tempo assim catatônica, sem prestar atenção, caminhando como cabra cega num cenário de terror e desolação, apalpando o ar, me guiando pela brisa. E quando, finalmente, caiu-me a venda, só vi o vazio de minha própria cegueira.


            Meu irmão, meu irmão, onde estás? Sequer o corpo jamais tivemos.


         Outro dia, jantei com um casal de leais companheiros dele. Bronzeados, risonhos, felizes. Quando falei do sofrimento que passávamos em casa, na expectativa de saber se Tuti estaria morto ou vivo, se havia corpo ou não, ouvi: “Ah, mas se soubessem como éramos felizes… Dormíamos de mãos dadas e com o revólver ao lado, e éramos completamente felizes”. E se olharam, um ao outro, completamente felizes.

         Ah, meu deus, e como nós, as famílias dos que morreram, éramos e somos completamente infelizes!


         A ditadura militar aboletou-se no Brasil, assentada sobre um colchão de mentiras ardilosamente costuradas para iludir a boa fé de uma classe média desinformada, aterrorizada por perversa lavagem cerebral da mídia, que antevia uma “invasão vermelha”, quando o que, de fato, hoje se sabe, navegava célere em nossa direção, era uma frota americana.


         Deu-se o golpe! Os jovens universitários liberais e de esquerda não precisavam de motivação mais convincente para reagir. Como armas, tinham sua ideologia, os argumentos, os livros. Foram afugentados do mundo acadêmico, proibidos de estudar, de frequentar as escolas, o saber entrou para o índex nacional engendrado pela prepotência.

         As pessoas tinham as casas invadidas, gavetas reviradas, papéis e livros confiscados. Pessoas eram levadas na calada da noite ou sob o sol brilhante, aos olhos da vizinhança, sem explicações nem motivo, bastava uma denúncia, sabe-se lá por que razão ou por quem, muitas para nunca mais serem vistas ou sabidas. Ou mesmo eram mortas à luz do dia. Ra-ta-ta-ta-tá e pronto.


         E todos se calavam. A grande escuridão do Brasil. Assim são as ditaduras. Hoje ouvimos falar dos horrores praticados na Coreia do Norte. Aqui não foi muito diferente. O medo era igual. O obscurantismo igual. As torturas iguais. A hipocrisia idêntica. A aceitação da sobrevivência. Ame-me ou deixe-me. O dedurismo. Tudo igual. Em número menor de indivíduos massacrados, mas a mesma consistência de terror, a mesma impotência.


         Falam na corrupção dos dias de hoje. Esquecem-se de falar nas de ontem. Quando cochichavam sobre as “malas do Golbery” ou as “comissões das turbinas”, as “compras de armamento”. Falavam, falavam, mas nada se apurava, nada se publicava, nada se confirmava, pois não havia CPI, não havia um Congresso de verdade, uma imprensa de verdade, uma Justiça de verdade, um país de verdade.


         E qualquer empresa, grande, média ou mínima, para conseguir se manter, precisava obrigatoriamente ter na diretoria um militar. De qualquer patente. Para impor respeito, abrir portas, estar imune a perseguições. Se isso não é um tipo de aparelhamento, o que é, então? Um Brasil de mentirinha, ao som da trilha sonora ufanista de Miguel Gustavo.


         Minha família se dilacerou. Meu irmão torturado, morto, corpo não sabido. Minha mãe assassinada, numa pantomima de acidente, só desmascarada 22 anos depois, pelo empenho do ministro José Gregory, com a instalação da Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos no governo Fernando Henrique Cardoso.


         Meu pai, quatro infartos e a decepção de saber que ele, estrangeiro, que dedicou vida, esforço e economias a manter um orfanato em Minas, criando 50 meninos brasileiros e lhes dando ofício, via o Brasil lhe roubar o primogênito, Stuart Edgar, somando no nome as homenagens ao seus pai e irmão, ambos pastores protestantes americanos – o irmão assassinado por membro louco da Ku Klux Klan. Tragédia que se repetia.


         Minha irmã, enviada repentinamente para estudar nos Estados Unidos, quando minha mãe teve a informação que sua sala de aula, no curso de Ciências Sociais, na PUC, seria invadida pelos militares, e foi, e os alunos seriam presos, e foram. Até hoje, ela vive no exterior.


         Barata tonta, fiquei por aí, vagando feito mariposa, em volta da fosforescência da luz magnífica de minha profissão de colunista social, que só me somou aplausos e muitos queridos amigos, mas também uma insolente incompreensão de quem se arbitrou o insano direito de me julgar por ter sobrevivido.


         Outra morte dolorida foi a da atriz, minha verdadeira e apaixonada vocação, que, logo após o assassinato de minha mãe, precisei abdicar de ser, apesar de me ter preparado desde a infância para isso e já ter alcançado o espaço próprio.
 Intuitivamente, sabia que prosseguir significaria uma contagem regressiva para meu próprio fim.


         Hoje, vivo catando os retalhos daquele passado, como acumuladora, sem espaço para tantos papéis, vestidos, rabiscos, memórias, tentando me entender, encontrar, reencontrar e viver, apesar de tudo, e promover nessa plantação tosca de sofrimentos uma bela colheita: lembrar aos meus mártires, e tudo de bom e de belo que fizeram pelo meu país, quer na moda, na arte, na política, nos exemplos deixados, na História, através do maior número de ações produtivas, efetivas e criativas que possa multiplicar.


         E ainda há quem me pergunte em quê a Ditadura Militar modificou minha vida!


Hildegard Angel


Publicado em 20/02/2014

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Carta Aberta a Gilmar Mendes

Carta Aberta ao Excelentíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal Sr. Gilmar Ferreira Mendes

Por Victor Hugo de Araujo Barbosa

A notícia “Doações ‘sabotam’ cumprimento de pena, diz Gilmar Mendes a Suplicy” veiculada no Blog do Camarotti (http://g1.globo.com/platb/blog-do-camarotti/) em 14 de fevereiro de 2014, informa que em carta enviada ao Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Vossa Excelência teceu duras críticas aos indivíduos que doaram valores para o pagamento das penas de multas de alguns dos condenados na Ação Penal n. 470, filiados ao Partido dos Trabalhadores.

Através de cópia da missiva que o jornalista teve acesso, percebe-se que em resposta a questionamentos formulados pelo Senador Eduardo Suplicy, Vossa Excelência, sob a justificativa de se pautar pela Constituição Federal e pelo respeito à República, suscitou a aplicação do princípio da responsabilidade pessoal (ou da pessoalidade, ou da intranscendência) da pena, prevista no artigo 5º, inciso XLV, de nossa Carta Constitucional, para questionar a origem, a forma e a destinação dos valores doados aos apenados.

Em seguida, Vossa Excelência passa a demandar esclarecimentos a respeito “do ressarcimento ao erário público das vultosas cifras desviadas”, citando inclusive o nome de um dos réus (Delúbio Soares) de forma pejorativa e irônica.

Por fim, concluindo a carta ao senador petista, Vossa Excelência associa a realização das doações para o pagamento das penas de multa a uma medida que contribui para a impunidade, declarando que elas sabotam e ridicularizam o cumprimento das penas dos réus sentenciados.

Eminente Ministro, por ser Ministro do Supremo Tribunal Federal, era de se esperar maior conhecimento técnico e maior rigor em suas manifestações, sob pena de desinformar os jurisdicionados e, no mínimo, de afrontar nosso direito.

Com toda a certeza Vossa Excelência tem conhecimento do debate jurídico que existe a respeito da constitucionalidade da pena de multa. Em virtude mesmo do dispositivo constitucional citado (artigo 5º, inciso XLV), sabe-se que vigora em nosso ordenamento um valor que se irradia para todas as leis penais, determinando que a pena a ser cumprida nunca deverá passar da pessoa do condenado, isto é, só poderá ser cumprida por este. Tanto é assim que, por exemplo, falecendo o réu, o processo ou a pena são extintas (art. 107, inc. I, do Código Penal), não sendo seus sucessores responsabilizados a pagar a pena de multa.

Ocorre que, em relação à pena de multa, absolutamente nada assegura que será paga pela pessoa exclusiva do condenado.

Como assegurar que o réu pagará de seu próprio bolso a pena de multa? Não há como, o que é uma evidente distorção ao princípio da responsabilidade pessoal.

Luigi Ferrajoli, italiano que lançou as bases do garantismo, raciocinou em sua obra Direito e Razão (p. 334) que “a pena pecuniária é uma pena aberrante sob vários pontos de vista. Sobretudo porque é uma pena impessoal, que qualquer um pode saldar”.

Pensemos na maioria esmagadora dos réus condenados em nosso país, em geral pessoas de poucas posses, sem qualquer perspectiva de quitar suas dívidas junto à Justiça. A quem recorrem? A seus familiares, a seus amigos, ao traficante, ao agiota. Trocam uma pena por outra, muitas vezes. A pena de multa, assim, não raro, passa da pessoa do condenado e estigmatiza aqueles ao seu redor.

Vossa Excelência caçoa da boa-vontade de inúmeras pessoas que por ideologia, por um ideal, por boa-fé, resolveram arcar com esse ônus suportado por pessoas que foram julgadas num rito processual que causa espanto a qualquer jurista mais comedido.

Nenhuma lei impede cidadãos de doarem valores a outro. Não importa se a finalidade é pagar uma pena de multa. Não há lei proibindo esta conduta humana. Logo, como Vossa Excelência sabe, por invocar inclusive o “Império da Lei” em sua missiva, não é proibido aos doadores exercerem seu devido direito.

Que se façam as apurações do manejo dessas doações. Aliás, isso não será problema, ante o clima de desconfiança mccarthiana que Vossa Excelência implantou nas instituições com sua declaração infundada (pois sem lastro probatório algum) a respeito de possível lavagem de dinheiro nas doações.

De qualquer maneira, como exposto, não há qualquer fundamento que Vossa Excelência possa argumentar que impeça um brasileiro inconformado com os rumos do julgamento da AP 470 em doar o quanto achar necessário para o pagamento das penas de multa dos condenados filiados ao PT.

Para penas desproporcionais, já que completamente desvinculadas do critério jurídico para a fixação das penas de multa (condição financeira do réu), os doadores encontraram uma resposta razoável, sacrificando-se para mostrar seu apoio aos condenados.

Eles não sabotam e ridicularizam a Justiça. Eles se comprometem em conferir alguma justiça aos condenados, aquela mesma que faltou e vem faltando aos sentenciados no tratamento que eles recebem de alguns de seus julgadores.

* Victor Hugo de Araujo Barbosa, 25 anos, é assistente de Juiz de Direito (1º grau), envolvido diariamente com a resolução de processos criminais, sem transmissão na TV Justiça.


Gilmar Mendes



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A nova era da violência

Autores intelectuais dos assassinatos já acontecidos e por vir são os whiteblocs. Devem ser combatidos com a mesma virulência com que combatem a democracia.

Wanderley Guilherme dos Santos












Professores universitários do Rio de Janeiro, de São Paulo e outras universidades falam do governo dos trabalhadores como se fosse o governo do ditador Médici, embora durante aquele período não abrissem o bico. Vetustos blogueiros, artistas sagrados como marqueteiros crônicos, jovens colunistas em busca da fama que o talento não assegura, políticos periféricos ao circuito essencial da democracia, teóricos sem obra conhecida e de gogó mafioso, estes são os mentores da violência pela violência, anárquica, mas não acéfala. Quem abençoa um suposto legítimo ódio visceral contra as instituições, expresso em lamentável, mas compreensível linguagem da violência, segundo estimam, busca seduzir literariamente os desavisados: a violência é a negação radical da linguagem. Mentores whiteblocks, igualmente infames.


Malcolm X

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Para os amantes de fotografias

Site com ótimas imagens e endereços de sites dedicados a fotografia. Vale uma visita.