sexta-feira, 22 de agosto de 2014

"As ONGs são pretenciosas, mal orientadas e frequentemente desonestas."

(Paulo Vanzolini, zoólogo da USP.)

Al Gore


 Carta Aberta ao Ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado 

Ministério das Relações Exteriores
São Paulo, 15 de julho de 2014
Exmo. Sr.
Luiz Alberto Figueiredo Machado
Ministro das Relações Exteriores
A propósito da pretendida proposta nacional para uma política de mudanças climáticas, desafortunadamente, as discussões sobre o assunto têm sido pautadas, predominantemente, por motivações ideológicas, políticas, econômicas e acadêmicas restritas. Isto as têm afastado, não apenas dos princípios basilares da prática científica, como também dos interesses maiores das sociedades de todo o mundo, inclusive a brasileira. Por isso, apresentamos as considerações a seguir.


1) Não há evidências físicas da influência humana no clima global:
A despeito de todo o sensacionalismo a respeito, não existe qualquer evidência física observada no mundo real, que permita demonstrar que as mudanças climáticas globais, ocorridas desde a Revolução Industrial do século XVIII, sejam anômalas em relação às ocorridas anteriormente, no passado histórico e geológico – anomalias que, se ocorressem, caracterizariam a influência humana.
Todos os prognósticos que indicam elevações exageradas das temperaturas e dos níveis do mar, nas décadas vindouras, além de outros efeitos negativos atribuídos ao lançamento de compostos de carbono de origem humana (antropogênicos) na atmosfera, baseiam-se em projeções de modelos matemáticos, que constituem apenas simplificações limitadas do sistema climático – e, portanto, não deveriam ser usados para fundamentar políticas públicas e estratégias de longo alcance e com grandes impactos socioeconômicos, de âmbito nacional, regional e global.
Nenhum desses modelos conseguiu, por exemplo, prever a interrupção da tendência de aumento das temperaturas atmosféricas médias globais, ocorrida a partir do início da década de 2000 e corroborada pelos dados obtidos das estações meteorológicas de superfície, bem como nas medições de satélite realizadas nos últimos 17 anos.
A influência humana no clima restringe-se às cidades e seus entornos, em situações específicas de calmarias, sendo esses efeitos bastante conhecidos (o chamado efeito das “ilhas de calor”, fenômeno estritamente noturno), mas sem influência em escala planetária. Para que a ação humana no clima global ficasse demonstrada, seria preciso que, nos últimos dois séculos, estivessem ocorrendo níveis inusitadamente altos de temperaturas e níveis do mar e, principalmente, que as suas taxas de variação (gradientes) fossem superiores às verificadas anteriormente.
O quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em 2007, registra que, no período 1850-2000, a temperatura média global aumentou 0,74ºC, e que, entre 1870 e 2000, os níveis do mar subiram 0,2 m. De início, as medições dos níveis do mar devem ser recebidas com cautela, uma vez que os instrumentos de medição estão fixados em superfícies que apresentam oscilações verticais, com movimentos tectônicos. Um contraexemplo é a diminuição do nível do mar registrada em Estocolmo, Suécia, nos últimos 150 anos.
Contudo, não podemos prender-nos somente às informações geradas por pesquisadores do Hemisfério Norte. Deve-se ressaltar que as diferenças hemisféricas da Terra são marcantes e pouco cogitadas pelo IPCC. A maior parte dos dados e pesquisas se referem ao Hemisfério Norte, que possui uma significativa variância climática, para mais ou para menos, enquanto o Hemisfério Sul, por ter uma superfície oceânica bem maior, apresenta uma climatologia completamente diferenciada, entre cujos fatores determinantes se incluem os padrões de circulação oceânica e a presença de um enorme continente polar, com 14 milhões de quilômetros quadrados de cobertura de gelo, área que pode praticamente dobrar durante os invernos austrais, cujo manto de gelo não sofreu grandes variações, nos últimos 18.000 anos. Segundo Castro e Suguio, em artigo publicado recentemente nos Anais da Academia Brasileira de Ciências (Sea-level fluctuations and coastal evolution in the state of Rio de Janeiro, southeastern Brazil, 2014, 86(2):671-683), na transição Pleistoceno-Holoceno (cerca de 12.000 anos A.P. – Antes do Presente), o nível relativo do mar no litoral no Sudeste brasileiro encontrava-se a 4,5 m abaixo do atual (icehouse). Após a transição, iniciou-se um processo relativamente rápido de subida. Há aproximadamente 8.500 anos A.P., o nível marinho encontrava-se a 0,5 m abaixo do nível atual. O “zero” (nível médio atual) foi ultrapassado pela primeira vez no Holoceno, há cerca de 7.500 anos A.P. Entre 5.500-4.500 anos A.P, o nível relativo do mar atingiu o primeiro máximo holocênico, com altura máxima de 2,5 m acima do atual (greenhouse). Esse evento caracteriza a Última Transgressão Máxima Holocênica no Sudeste brasileiro. Em um histórico de longo período, observou-se que as taxas de variação do nível relativo do mar durante o Holoceno, no litoral no Sudeste brasileiro foi de 1,2 mm/ano, entre 11.500 e 7.500 anos A.P., de 0,87 de mm/ano, de 7.500 a 4.770 anos A.P., e de 0,53 mm/ano, entre 4.770 anos A.P e a atualidade.
O quinto relatório do IPCC, apresentado neste ano, não registrou qualquer alteração significativa de tais números. Aliás, no “Resumo para Formuladores de Políticas” deste último (IPCC,Summary for Policymakers, 2013, p. 15), lê-se:
“A redução observada na tendência de aquecimento da superfície, ao longo do período de 1998 a 2012, em relação ao período 1951-2012, é devida em aproximadamente igual medida a uma tendência de redução no forçamento radiativo e uma contribuição de resfriamento de variabilidade natural interna, que inclui uma possível redistribuição de calor dentro do oceano (confiança média). A tendência reduzida no forçamento radiativo é principalmente devida a erupções vulcânicas e à fase descendente do ciclo solar de 11 anos. No entanto, há pouca confiança na quantificação do papel das mudanças no forçamento radiativo em causar essa tendência reduzida de aquecimento. Há confiança média de que a variabilidade natural decadal interna cause substancialmente a diferença entre as observações e as simulações; não se espera que estas últimas reproduzam a temporização da variabilidade natural interna. Também pode haver uma contribuição de inadequações dos forçamentos e, em alguns modelos, uma superestimativa da resposta ao aumento dos gases de efeito estufa e outros forçamentos antropogênicos (dominados pelos efeitos dos aerossóis)”.
Jargão científico à parte, a passagem evidencia uma admissão do próprio IPCC sobre a incapacidade de se fazer qualquer prognóstico de longo prazo sobre o clima da Terra. Seus modelos de computador não acertaram o padrão apresentado pelas temperaturas nos últimos 17 anos e, especialmente, não conseguem reproduzir o mundo natural, com Sol, oceanos, nuvens e vulcões. Assim, dar fé a tais modelos é o mesmo que dizer que eles estão certos, enquanto o mundo real e natural está errado.
Ora, ao longo do Holoceno, a época geológica correspondente aos últimos 12.000 anos em que a Civilização tem existido, houve diversos períodos com temperaturas mais altas que as atuais. No Holoceno Médio, há 6.000-8.000 anos, as temperaturas médias chegaram a ser 2ºC a 3ºC superiores às atuais, enquanto os níveis do mar atingiram até 3 metros acima do atual. Igualmente, nos períodos quentes conhecidos como Minoano (1500-1200 a.C.), Romano (séc. VI a.C.-V d.C.) e Medieval (séc. X-XIII d.C.), as temperaturas médias foram mais de 1ºC superiores às atuais. Registros mais recentes, das décadas de 1930 e 1940, em que o Sol esteve mais ativo, mostram que as suas temperaturas observadas, também, foram maiores que as atuais.
Quanto às taxas de variação desses indicadores, não se observa qualquer aceleração anormal delas nos últimos dois séculos. Ao contrário, nos últimos 20.000 anos, desde o início do degelo da última glaciação, houve períodos em que os gradientes das temperaturas e dos níveis do mar chegaram a ser uma ordem de grandeza superiores aos verificados desde o século XIX.
Entre 12.900 e 11.600 anos atrás, no período frio denominado Novo Dryas, as temperaturas caíram cerca de 8ºC em menos de 50 anos e, ao término dele, voltaram a subir na mesma proporção, em pouco mais de meio século.
Quanto ao nível do mar, ele subiu cerca de 120 metros, entre 18.000 e 6.000 anos atrás, o que equivale a uma taxa média de 1 metro por século, suficientemente rápida para impactar visualmente as gerações sucessivas das populações que habitavam as margens continentais. No período entre 14.650 e 14.300 anos atrás, a elevação foi ainda mais acelerada, atingindo cerca de 14 metros em apenas 350 anos – média de 4 metros por século.
Tais dados representam apenas uma ínfima fração das evidências proporcionadas por, literalmente, milhares de estudos realizados em todos os continentes, por cientistas de dezenas de países, devidamente publicados na literatura científica internacional. Desafortunadamente, é raro que algum desses estudos ganhe repercussão na mídia, quase sempre mais inclinada à promoção de um alarmismo sensacionalista e desorientador.
Neste sentido, o Relatório de Avaliação Nacional do GT 1 do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (RAN1), similarmente ao IPCC, também foi alarmista. Na última pagina de seu “Sumário para Executivos”, o texto declara as suas “incertezas nas previsões”, incluindo o total desconhecimento sobre a ação dos entes naturais do clima, como pode ser verificado na afirmativa sobre a “incerteza sobre a variabilidade natural do clima”. Nestes termos, não se pode, de maneira alguma, admitir que se façam políticas públicas para nortearem o Brasil com tais afirmações.
Por conseguinte, as variações observadas no período da industrialização se enquadram, com muita folga, dentro da faixa de oscilações naturais do clima e, portanto, não podem ser atribuídas ao uso dos combustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de atividade vinculada ao desenvolvimento humano.
Assim sendo, o argumento da autoridade do IPCC, que atribui um grau de certeza superior a 95% (ou “extremamente provável”, como afirma o seu quinto relatório) a uma suposta origem humana da “mudança do clima” não tem base em evidências físicas observadas e não pode ser aceito como uma verdade científica, de acordo com o melhor entendimento disponível.
2) A hipótese “antropogênica” é um desserviço à Ciência:
A boa prática científica pressupõe a busca permanente de uma convergência entre hipóteses e evidências. Como a hipótese do aquecimento global antropogênico (AGA) não se fundamenta em evidências físicas observadas, a insistência na sua manutenção representa um grande desserviço à Ciência e à sua necessária colocação a serviço do progresso da Humanidade.
A História registra numerosos exemplos dos efeitos nefastos do atrelamento da Ciência a ideologias e outros interesses restritos. Nos países da antiga URSS, as Ciências Agrícolas e Biológicas ainda se ressentem das consequências do atraso de décadas provocado pela sua subordinação aos ditames e à truculência de Trofim D. Lysenko, apoiado pelo ditador Josef Stálin e seus sucessores imediatos, que rejeitava a Genética mendeliana, mesmo diante dos avanços obtidos por cientistas de todo o mundo, inclusive na própria URSS, por considerá-la uma “ciência burguesa e antirrevolucionária”. O empenho na imposição do AGA, sem as devidas evidências, equivale a uma versão atual do “lysenkoísmo”, que tem custado caro à Humanidade, em tempo e recursos humanos, técnicos e econômicos, desperdiçados com um problema inexistente.
Ademais, ao conferir ao dióxido de carbono (CO2) e outros gases produzidos pelas atividades humanas o papel de principais protagonistas da dinâmica climática, a hipótese do AGA simplifica e distorce um processo extremamente complexo, no qual interagem fatores astrofísicos, atmosféricos, oceânicos, geológicos, geomorfológicos e biológicos, que a Ciência apenas começa a entender em sua abrangência. Em adição, as emissões de CO2 de fontes antrópicas são ínfimas, quando comparadas às emissões de fontes naturais. Oceanos, solos, vegetação e vulcões injetam cerca de 200 bilhões de toneladas de carbono anualmente (GtC/a) na atmosfera, enquanto as emissões antrópicas são inferiores a 7 GtC/a. Este total representa cerca de 3% das emissões por fontes naturais, que apresentam uma incerteza de ± 20% (±40 GtC/a) – ou seja, a faixa de incertezas das fontes naturais, por si só, é uma ordem de grandeza superior às fontes antrópicas.
Um exemplo dos riscos dessa simplificação é a possibilidade real de que o período até a década de 2030 experimente um considerável resfriamento, em vez de aquecimento, devido ao efeito combinado de um período de baixa atividade solar e de uma fase de resfriamento do oceano Pacífico (Oscilação Decadal do Pacífico-ODP), em um cenário semelhante ao verificado entre 1947 e 1976. Vale observar que, naquele intervalo, o Brasil experimentou uma redução de 10-30% nas chuvas, o que acarretou problemas de abastecimento de água e geração elétrica, além de um aumento das geadas fortes, que muito contribuíram para erradicar o café no Paraná. Se tais condições se repetirem, o País poderá ter sérios problemas, inclusive, nas áreas de expansão da fronteira agrícola das regiões Centro-Oeste e Norte e na geração hidrelétrica (particularmente, considerando a proliferação de reservatórios “a fio d’água”, impostos pelas restrições ambientais adotadas nas últimas décadas).
A propósito, o decantado limite de 2ºC para a elevação das temperaturas, que, supostamente, não poderia ser superado e tem justificado todas as restrições propostas para os combustíveis fósseis, em âmbito internacional, também não tem qualquer base científica: trata-se de uma criação “política” do físico Hans-Joachim Schellnhuber, assessor científico do governo alemão, como admitido por ele próprio, em uma entrevista à revista Der Spiegel (17/10/2010).
3) O alarmismo climático é contraproducente:
As mudanças constituem o estado permanente do sistema climático, pelo que a expressão “mudanças climáticas” chega a ser redundante. Por isso, o alarmismo que tem caracterizado as discussões sobre o tema é extremamente prejudicial à atitude correta necessária diante dos fenômenos climáticos, que deve ser orientada pelo bom senso e pelo conceito de resiliência, em lugar de submeter as sociedades a restrições tecnológicas e econômicas absolutamente desnecessárias.
No caso, resiliência significa a flexibilidade das condições físicas de sobrevivência e funcionamento das sociedades, além da capacidade de resposta às emergências, permitindo-lhes reduzir a sua vulnerabilidade às oscilações climáticas e outros fenômenos naturais potencialmente perigosos. Tais requisitos incluem, por exemplo, a redundância de fontes alimentícias (inclusive a disponibilidade de sementes geneticamente modificadas para todas as condições climáticas), capacidade de armazenamento de alimentos, infraestrutura de transportes, energia e comunicações e outros fatores.
Portanto, o caminho mais racional e eficiente para aumentar a resiliência da Humanidade, diante das mudanças climáticas inevitáveis, é a elevação geral dos seus níveis de desenvolvimento e progresso aos patamares permitidos pela Ciência e pela Tecnologia modernas.
Além disso, o alarmismo desvia as atenções das emergências e prioridades reais. Um exemplo é a indisponibilidade de sistemas de saneamento básico para mais da metade da população mundial, cujas consequências constituem, de longe, o principal problema ambiental do planeta, Brasil inclusive. Outro é a falta de acesso à eletricidade, que atinge mais de 1,5 bilhão de pessoas, principalmente na Ásia, África e América Latina.
No Brasil, déficit de saneamento à parte, grande parte dos recursos que têm sido alocados a programas vinculados às mudanças climáticas, segundo o enfoque da redução das emissões de carbono, teria uma destinação mais útil à sociedade se fosse empregada na correção de deficiências reais, como: a falta de um satélite meteorológico próprio (de que dispõem países como a China e a Índia); a ampliação e melhor distribuição territorial da rede de estações meteorológicas, inferior aos padrões recomendados pela Organização Meteorológica Mundial, para um território com as dimensões do brasileiro; o aumento do número de radares meteorológicos e a sua interligação aos sistemas de defesa civil; a consolidação de uma base nacional de dados climatológicos, agrupando os dados de todas as estações meteorológicas do País, boa parte dos quais sequer foi digitalizada; e numerosas outras.
4) A “descarbonização” da economia é desnecessária e economicamente deletéria:
Uma vez que as emissões antropogênicas de carbono não provocam impactos verificáveis no clima global, toda a agenda da “descarbonização” da economia, ou “economia de baixo carbono”, se torna desnecessária e contraproducente – sendo, na verdade, uma pseudo-solução para um problema ou crise inexistente. A insistência na sua manutenção, por força da inércia do status quo, não implicará em qualquer efeito sobre o clima, mas tenderá a aprofundar os seus numerosos impactos negativos.
O principal deles é o encarecimento desnecessário das tarifas de energia e de uma série de atividades econômicas, em razão de: a) os pesados subsídios concedidos à exploração de fontes energéticas de baixa eficiência, como a eólica e solar – ademais, inaptas para a geração elétrica de base (e já em retração na União Europeia, que investiu fortemente nelas); b) a imposição de cotas e taxas vinculadas às emissões de carbono, como fizeram a União Europeia, para viabilizar o seu mercado de créditos de carbono, e a Austrália, sob grande rejeição popular, o que levou o atual governo australiano a reduzir drasticamente o alcance da medida; c) a imposição de medidas de captura e sequestro de carbono (CCS) a várias atividades. É oportuno recordar que o UBS, um dos maiores bancos do mundo, em relatório apresentado aos seus clientes, no início de 2013, alertou que a União Europeia já perdeu cerca de US$ 280 bilhões com o Sistema de Comércio de Emissões (ETS) e que o Parlamento Europeu rejeitou, em abril de 2103, propostas para salvar este sistema do colapso.
Os principais beneficiários de tais medidas têm sido os fornecedores de equipamentos e serviços de CCS e os participantes dos intrinsecamente inúteis mercados de carbono, que não têm qualquer fundamento econômico real e se sustentam tão-somente em uma demanda artificial criada sobre uma necessidade inexistente. Vale acrescentar que tais mercados têm se prestado a toda sorte de atividades fraudulentas, inclusive no Brasil, onde já se verificaram, entre outras, ilegalidades em contratos de carbono envolvendo tribos indígenas, na Amazônia, e a criação irregular de áreas de proteção ambiental para tais finalidades escusas, no Estado de São Paulo.
Ressalte-se, ainda, que a Alemanha está construindo 23 novas termelétricas a carvão, das quais cinco serão abastecidas com linhito (brown coal, com alto teor de enxofre, este sim, o principal poluente encontrado nos combustíveis fósseis). A potência a ser instalada é muito expressiva, com 12 GW, da mesma ordem de grandeza que Itaipu (cuja potência instalada é de 14 GW, mas que, em média, gera 60% desta potência). O Japão, terra do Protocolo de Kyoto, após o incidente de Fukushima, interrompeu a operação das centrais nucleares e está usando as termelétricas. Assim sendo, se tais países adotaram estas medidas internas, por que o Brasil tem que se submeter ao discurso da “descarbonização”, pregado por outros países, que o estão contrariando?
5) Conclusões:
Assim sendo, por todo o exposto, questiona-se a legitimidade de tais cenários catastrofistas, que, vale enfatizar, não têm fundamento científico válido, escudando-se em um equivocado conceito de “consenso”, propalado por setores da comunidade científica que têm se desviado largamente dos preceitos que devem reger as atividades científicas, na tentativa de imposição de uma hipótese sem evidências correspondentes. O próprio conceito de “consenso”, por si só, já é alheio à prática científica consagrada, pois todo cientista que se preza deve ser um cético permanente em relação ao estado do conhecimento, sempre sujeito à renovação por novas evidências e hipóteses. Hipóteses científicas não se impõem por “consenso” numérico, mas, repita-se, por uma estreita correspondência com evidências observadas no mundo real.
De fato, em numerosos casos, os cientistas que se aferram à hipótese das mudanças climáticas antropogênicas parecem estar defendendo um interessante meio de vida, sustentado por vultosos recursos, em verbas de pesquisas, viagens internacionais, visibilidade midiática, consultorias em atividades ligadas ao mercado de créditos de carbono e outros rentáveis atrativos.
Dessa forma, entende-se que o Brasil deva ter o papel de liderança em assumir que as variações climáticas são de ordem natural, tendo em vista que as explicações científicas oferecidas pelo IPCC não são compatíveis com as evidências observadas. Que o “princípio da precaução” é um princípio ideológico e não científico e, portanto, não serve de base para a formulação de políticas públicas. Que o País tem problemas ambientais sérios, que estão a merecer atenção e soluções urgentes e têm sido desprezados, devido à atenção dedicada aos supostos problemas climáticos causados pela ação humana, pois a maior ameaça ao meio ambiente é o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Que o País já tem a sua pauta de compromissos ambientais estabelecida na Constituição e não necessita, portanto, participar de acordos climáticos globais que não têm justificativa científica válida.
Assim, o Brasil deve assumir uma postura política forte em relação ao tema, a exemplo do Canadá, Rússia, Japão, entre outros, que já abandonaram a ilusória, desnecessária e economicamente deletéria agenda dos limites de emissões de carbono. O clima não deve ser considerado moeda de barganha e motivo de imposições no cenário internacional, porque isto não se aplica. A aceitação de tal agenda poderá, inclusive, implicar na submissão do País a sanções internacionais, nada improváveis, no quadro das grandes transformações da ordem de poder mundial que está em curso.
Finalmente, convém ressaltar: o homem não tem a capacidade de interferir nos fluxos de massa e energia do planeta. O homem não é agente de alteração do clima global, mas sim o sofredor de qualquer perturbação de ordem natural.
Portanto, por tudo que foi exposto, sugere-se, com veemência, que o Brasil não participe de nenhum novo acordo climático, porque tal atitude, além de ser altamente custosa para nossa nação, não trará nenhum benefício ao clima da Terra.
Kenitiro Suguio
Geólogo, Doutor em Geologia
Professor Emérito do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), aposentado
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências
José Bueno Conti
Geógrafo, Doutor em Geografia Física e Livre-docente em Climatologia
Professor Titular do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), aposentado
Autor do livro Clima e meio ambiente (Atual, 2011)
Luis Carlos Baldicero Molion
Físico, Doutor em Meteorologia e Pós-doutor em Hidrologia de Florestas
Pesquisador sênior aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Professor Associado aposentado da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
João Wagner Alencar Castro
Geólogo, Mestre em Sedimentologia e Doutor em Geomorfologia
Professor Adjunto do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Chefe do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ
Gildo Magalhães dos Santos Filho
Engenheiro eletrônico, Doutor em História Social e Livre-docente em História da Ciência e Tecnologia
Professor Associado do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP)
Vanda Barbosa dos Reis Toth
Professora PhD em Biotecnologia
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Ricardo Augusto Felicio
Meteorologista, Mestre e Doutor em Climatologia
Professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP)
Daniela de Souza Onça
Geógrafa, Mestra e Doutora em Climatologia
Professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Geraldo Luís Saraiva Lino
Geólogo e autor do livro “A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial” (Capax Dei, 2009).
Gustavo Zen de Figueiredo Neves
Geógrafo Bacharel e Licenciado
Professor Universidade Estadual de Goiás
Igor Vaz Maquieira
Professor / Biólogo / Esp. em Gestão Ambiental
Universidade Gama Filho – UGF
Elis Dener Lima Alves
Geógrafo, Mestre em Física Ambiental
Universidade de São Paulo
Guilherme Polli Rodrigues
Geógrafo e Mestre em Geografia Física.
Edson Oliveira
Geocientista e Educador Ambiental – IGc/USP
Secretaria Municipal de Educação de Barueri/SP
Guilherme Masaaki Koreeda
Graduando em Economia – FEA/USP
Apoio:
Gilberto Baptista
Superintendente FIERO
Federação das Indústrias do Estado de Rondônia
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A Grande Farsa do Aquecimento Global é o polêmico e controverso documentário exibido no dia 8 de março de 2007 no Channel 4 no Reino Unido. Veja a seguir a versão original exibida na TV na ocasião, com legendas em português do Brasil, dividida em 9 partes. Tempo total: 76 minutos.

Blogdoambientalismo
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World Metheorological Organization
http://www.wmo.ch/pages/index_en.html
World Population Clock – Worldometers
http://www.worldometers.info/population/
Published 15 julho 2014 Aquecimento Global 
Fonte:

Mario de Carvalho Fontes Neto, engenheiro agrônomo