“Discurso do Presidente Vladimir Putin da Rússia, aos Deputados do Parlamento Russo, membros do Conselho da Federação Russa, governadores de regiões da Rússia e representantes da sociedade civil, no Kremlin”.
18/3/2014, The Saker, The Vineyard of the Saker
Sentimos que vencemos; o Líbano
venceu; a Palestina venceu; a nação árabe venceu,
e todas as pessoas oprimidas,
ofendidas nesse mundo também venceram.
Nossa vitória não é a vitória de um
partido.
Repito o que disse dias 25/5/2000 em
Bint Jbeil:
“Essa não é a vitória de um partido ou
de uma comunidade; é uma vitória para o
Líbano verdadeiro, para o verdadeiro
povo libanês e de todos os homens e mulheres livres no mundo”.
Não distorçam essa grande vitória
histórica.
Não a prendam num partido, num clã
sectário, de comuna ou de região.
Essa vitória é grande demais para que
a compreendamos.
As próximas semanas, próximos meses e
anos confirmarão isso.
Sayyed Hassan Nasrallah, “Divine Victory Speech” [Discurso da Divina
Vitória], 2006
The Saker |
Passados os últimos dias, realmente
inacreditáveis, que viram desenvolvimentos que se sucederam em fantástica
rapidez, é hora me parece de refletir com calma e cuidado sobre o que considero
momento histórico de extraordinária magnitude.
Em termos formais, esse evento será
lembrado como o “Discurso
do Presidente Vladimir Putin da Rússia, aos Deputados do Parlamento Russo,
membros do Conselho da Federação Russa, governadores de regiões da Rússia e
representantes da sociedade civil, no Kremlin”. De fato, é claro, foi
muito mais que isso. Foi a fala da Nova Rússia ao mundo e, especialmente, aos
muitos que rejeitam o modelo social, econômico e político encarnado no atual
Império Anglo-Sionista, codinome “O Ocidente”, inclusive os que vivem no
chamado “Oeste”.
A grande desconexão entre o 1% e
o 99%
Nas horas que se seguiram ao
discurso de Putin, diverti-me constatando a total desconexão entre o que eu
acabava de ouvir e a reação do povo da Rússia de um lado, e, de outro lado, o
modo como a imprensa-empresa cobria o evento. Na Rússia, políticos importantes
comparavam o que acontecera ali à vitória contra a Alemanha nazista em 1945;
repetiam e repetiam que o que acabara de acontecer criava uma nova ordem, e que
a natureza do sistema de relações internacionais havia mudado para sempre. Pois
a imprensa-empresa ocidental só sabia falar sobre a pompa da cerimônia na qual,
para aqueles jornalistas, Putin teria justificado a anexação da Crimeia. Será
que ouviram outro discurso, diferente do que eu ouvira?
Mas, então, começaram as reações
dos leitores de meu Blog, que, em números sempre crescentes, escreviam que
havia assistido ao discurso de Putin com lágrimas nos olhos. [1] Muitos elogiavam
Putin em termos que fariam os responsáveis pelas Relações Públicas do Kremlin
corar, embaraçados. O que estava acontecendo?! Bem evidentemente, não se
tratava apenas de meus leitores terem avaliado só os conteúdos da fala de Putin
e manifestarem seu pleno acordo com aquelas posições. Não. Meus leitores
estavam tomados de uma profunda reação emocional a algo que haviam
experimentado como emoção profunda, almas e entranhas, reação a algo que ecoara
profundamente dentro deles. Por quê? Bem poucos daqueles leitores têm qualquer
conexão com a Rússia, nem raízes russas de qualquer tipo. Alguns serviram nas
forças armadas dos EUA contra os vietnamitas apoiados pelos soviéticos. A
maioria tem idade suficiente para lembrar vivamente a Guerra Fria e saber como
era viver sob alvo das armas nucleares dos soviéticos. Pois até esses
rejeitavam total e completa e absolutamente a formulação homogeneizante
distribuída pela imprensa-empresa. Todos adotavam ponto de vista completamente
diferente.
Por quê?
Devo dizer aqui que, desde que meu
blog ganhou maior visibilidade (mais ou menos há cerca de seis meses) passei a
receber muitos e-mails de, literalmente, todos os cantos do
mundo, e muitos desses e-mails eram muito emocionais, escritos
visivelmente “com o coração nos teclados”, e muito frequentemente me davam a
impressão de que meu correspondente mal continha uma quantidade imensa de dor,
frustração, não raras vezes, de ira, ao mesmo tempo em que deixava fluir mais
livremente uma ainda muito maior gratidão e apreciação pelo que eu tentava
fazer com, e obter mediante, esse blog. E, outra vez, pus-me a pensar: O que
estaria eu fazendo, para acionar tantas emoções e ser objeto de tanta
gratidão?!
Afinal de contas, jamais quis que
meu blog servisse como “agrada-multidões”. Sempre quis ser, apenas, blog de
“anonimato ralo”, em que um sujeito solitário deixa falar a própria cabeça,
tentando estimular uma livre troca de ideias. Pois mesmo assim, alguns leitores
chegaram a escrever que meu blog “mudou a vida deles/delas”. Como assim?! Por
quê?! Como?! A reação deixou-me muito intrigado, digo-o sinceramente.
E foi quando, então, entendi.
Muita gente andava faminta,
morrendo de fome, literalmente à míngua de informação correta, verdadeira. E
mesmo quando não concordavam com o que eu escrevia, o que acontecia com
frequência, mesmo assim continuavam gratos pelo fato de eu não trabalhar por
nenhuma agenda nem política nem empresarial; e eu simplesmente escrevia as
coisas como eu as via, escrevendo sempre com sinceridade.
Entendi
afinal que muita gente percebe claramente quando lhe mentem, mas as pessoas
simplesmente não têm os meios para chegar à verdadeira história, nem, sequer,
têm os meios para chegar aos fatos como acontecem e poder reunir os pontos,
cada um por si.
No caso do meu blog, o fato de eu
ser fluente em cinco línguas significava que podia ajudar muita gente a superar
a barreira do idioma; e meu passado como analista militar, que conheceu “por
trás do palco” a verdadeira cara do Império Anglo-Sionista, tornava mais fácil
para mim desmascarar muitas, mesmo que não todas, as mentiras da
imprensa-empresa.
Por fim, o fato de eu não ter
agenda política nem filiação partidária de nenhum tipo, embora tenha opinião
firme – e frequentemente idiota – sobre vários assuntos, sempre significaria
que eu não estaria tentando “vender meu peixe”. As coisas sempre foram ditas
aqui como eu bem as entendi, e absolutamente nunca fez diferença alguma para
mim o que as pessoas pensassem das minhas ideias.
Um dos muitos efeitos positivos do
“anonimato ralo” (defino como “ralo” o anonimato suficiente para conseguir que
os leitores se concentrem nas ideias, não nas personalidades; anonimato
suficiente para não ser perturbado por idiotas, mas anonimato que absolutamente
não me esconde de quem faça algum esforço, mesmo muito modesto, para me
identificar) é que ajuda a mostrar que absolutamente não estou tentando vender,
sequer, o meu nome. Não. O que aqui se passava era coisa mais básica, e uso uma
imagem para me explicar melhor: não é que a comida que eu cozinhava fosse
excepcionalmente saborosa; é que meus convidados chegavam realmente mortos de
fome; e, como dizem os irlandeses, “o melhor tempero é a fome”.
Acho também, muito fortemente, que
essa “fome” explica a reação muito forte e muito emocional que muita gente
teve, depois de ouvir a fala de Putin. Claro que era mais que Crimeia, Ucrânia,
mais, até, que a Rússia. Esses foram os gatilhos que levaram a acionar uma
reação russa que ninguém sequer imaginava seriamente que fosse possível. Mas
muitos sentiram que algo muito mais importante acabara de acontecer.
Do quê, afinal, estou falando?
Voltemos ao discurso de Putin, para analisar mais de perto alguns dos
principais segmentos (o
discurso pode ser lido, traduzido, no Blog redecastorphoto; e há vídeo
de Russia Today, ing. [NTs]). Insisto que quem não ouviu
nem leu o discurso, que o leia do começo ao fim; sendo possível, leia e assista
ao vídeo, na íntegra, a seguir (com tradução simultânea em espanhol):
A mensagem de Putin ao mundo
Como era de prever, a fala de Putin
começou por discutir os recentes eventos na Crimeia, inclusive os resultados do
referendo. Falou sobre o que Crimeia e Sebastopol significam para a história, a
cultura e a nação russas, e lembrou os sofrimentos que o povo tártaro padeceu
durante o período soviético. Delineou as circunstâncias nas quais Nikita
Khrushchev, por sua conta (e ilegalmente) transferiu a Crimeia, da Federação
Russa para a Ucrânia e como, depois do fim da União Soviética, a Ucrânia
padeceu sob governos de líderes corruptos.
Explicou
como os legítimos protestos do povo ucraniano foram literalmente
sequestrados por outros agentes, diferentes e violentos:
Quero reiterar que compreendo os
que saíram à Praça Maidan levando seus slogans pacíficos
contra a corrupção, contra a administração ineficiente do estado e contra a
pobreza. O direito ao protesto pacífico, eleições e outros procedimentos
democráticos existem exclusivamente para a finalidade de substituir governantes
que não satisfaçam ao povo. Mas os que estavam por trás dos recentes eventos na
Ucrânia tinham uma agenda diferente: estavam preparando já outra derrubada de
regime; queriam o poder para eles, e nada os deteria. Recorreram ao terror, ao
assassinato, à violência nas ruas.
Aquele golpe foi executado por
nacionalistas, neonazistas, russófobos e antissemitas. (...) Não há como não
ver as intenções bem claras desses herdeiros ideológicos de Bandera, que foi
cúmplice de Hitler na IIª Guerra Mundial.
Essa referência à IIª Guerra
Mundial não é apenas exagero retórico de político, para provocar reação da
plateia; é muito mais importante que isso: é declaração clara, sem
ambiguidades, de que hoje, como durante a IIª Guerra Mundial, a própria
existência da Rússia como país, cultura e nação está sob risco. Claro, a ameaça
à Rússia não vem de meia dúzia de bandidos nacionalistas armados de porretes em
Kiev, nem vem do novo regime no poder, dentre outras razões porque esse tal novo
regime é completa ficção:
Também é óbvio que não há agora
autoridade executiva legítima na Ucrânia, nenhum governo com que se comunicar.
Muitas agências do governo foram tomadas pelos golpistas, mas não conseguem
controlar o país; de fato, eles mesmos – e é importante destacar isso – são
controlados pelos radicais. Em alguns casos, é preciso autorização especial dos
militantes na praça para encontrar alguns ministros do atual governo. Não é
piada. É a realidade. Os que se opuseram ao golpe foram imediatamente ameaçados
de sofrerem repressão.
Assim sendo, de onde vem o real
perigo e quem é o real agressor que está ameaçando a Rússia, no mínimo tanto
quanto Hitler na 2ª Guerra Mundial? Antes de responder essa pergunta, gostaria
de anotar que Putin reconheceu, muito abertamente, a ação dos sempre citados
“homens polidos vestidos de verde e armados”. Disse
que (negritos meus):
Sim, o presidente da Federação
Russa recebeu autorização da Câmara Alta do Parlamento para usar Forças Armadas
na Ucrânia. Mas, falando em termos estritos, ninguém ainda se
serviu dessa permissão. As forças armadas da Rússia jamais entraram na Crimeia:
elas já estavam lá, amparadas e em perfeita concordância com os termos de um
acordo internacional válido e vigente. Sim, ampliamos nossas forças lá. Mas
– e quero que todos ouçam bem isso – em nenhum momento excedemos o
número limite de soldados das Forças Armadas russas na Crimeia, que os tratados
estipulam em 25 mil soldados. Não houve, sequer, necessidade de fazê-lo.
Assim, fica esclarecido o mistério
dos “homens polidos vestidos de verde e armados”: “em termos estritos”, foram
uma “ampliação” das forças russas na Crimeia, sem exceder o número máximo de
soldados permitidos pelo acordo com a Ucrânia. Em outras palavras, o número de
soldados das forças especiais Spetsnaz GRU mandados para a Crimeia
estava dentro do que determina o tratado, e as outras forças russas vistas lá
eram, realmente, forças locais de autodefesa, não eram militares russos.
Formulação, com certeza, muito elegante.
Putin, então, citou
a decisão da Corte Internacional de Justiça da ONU e dos EUA na
questão da secessão do Kosovo:
A lei internacional Geral não
inclui nenhuma proibição a declarações de independência (da CIJ-ONU) e Declarações
de Independência podem, e muito seguidamente violam, legislação doméstica. Mas
isso não faz das independências nacionais violações da lei internacional (dos
EUA).
E acrescentou:
Por algum motivo, há coisa que
os albaneses do Kosovo (pelos quais tenho integral respeito) podem fazer, mas
russos, ucranianos e crimeanos não podem fazer... E fica-se sem entender por
quê.
Aqui, já nos aproximamos do núcleo
do argumento do presidente Putin: o Império só sabe usar a Lei
Internacional quando precisa de uma folha de parreira para esconder partes de
seu projeto de hegemonia mundial; quando nem isso é possível, o Império ignora
todas as leis e usa a força bruta:
Não se trata sequer de haver
dois pesos e duas medidas que se usem caso a caso. Trata-se de inacreditável,
primitivo, brutal cinismo. Ninguém deve sequer tentar tão simploriamente
desvirtuar qualquer coisa para favorecer os próprios interesses, dizendo hoje
que uma coisa é branca; e amanhã, que é preta. (...)
Depois do fim da bipolaridade no
planeta, acabou-se a estabilidade. Instituições internacionais chaves não se
estão fortalecendo; ao contrário, em muitos casos, estão em degradação.
Nossos parceiros ocidentais,
liderados pelos EUA, preferem não se deixar guiar pela lei internacional;
preferem, como orientação, a lei das armas. Com o tempo, acabaram por se
autoconvencer do próprio exclusivismo, do próprio excepcionalismo; que poderiam
decidir os destinos do mundo; que só eles e sempre eles, estão sempre certos.
Fazem o que bem entendam: aqui, ali, acolá, por toda parte usam força bruta contra
estados soberanos, construindo “coalizões” baseadas no princípio de “se você
não está conosco, está contra nós”. Para dar a essa agressão ares de
legitimidade, forçam as necessárias ‘resoluções’ nas organizações. E se por
algum razão o ardil não funciona, então simplesmente ignoram e atropelam o
Conselho de Segurança da ONU e a ONU inteira. (...) Entendemos o que está
acontecendo; entendemos que são ações contra Ucrânia e Rússia, e contra também
a integração eurasiana. E, isso, quando a Rússia esforça-se para construir um
diálogo com nossos colegas do ocidente.
Vivemos a propor cooperação em
todas as questões chaves; queremos reforçar o nível de confiança e que nossas
relações sejam igualitárias, abertas e justas. Mas não vimos passos recíprocos.
Ao contrário, mentiram para nós incontáveis vezes; tomaram decisões pelas
nossas costas, nos impuseram fatos consumados. Aconteceu com a expansão da OTAN
para o oriente, e aconteceu também com o deslocamento de infraestrutura militar
para junto das nossas fronteiras. E continuam a nos dizer a mesma coisa:
“Bem... isso não diz respeito a vocês.” Fácil dizer. Aconteceu também com o
deslocamento para cá de um sistema de mísseis de defesa. Apesar de todas as
nossas apreensões, o projeto está em andamento e andando rápido. Aconteceu com
a infindável confusão que criam sobre a emissão de vistos, promessas de
concorrência comercial livre e justa e livre acesso aos mercados globais.
Todos os dias nos ameaçam com
sanções, mas já enfrentamos muitas limitações, algumas bastante significativas
para nós, nossa economia e nossa nação.
Por exemplo, ainda nos tempos da
Guerra Fria, os EUA e, na sequência, outras nações, limitaram a lista de
tecnologias e equipamentos que podiam ser vendidos à URSS, e criaram a lista da
Comissão de Coordenação de Controle de Exportações Multilaterais. Hoje, essa
lista foi formalmente eliminada, mas só formalmente; na realidade muitas
limitações ainda estão vigentes.
Em resumo, temos todas as razões
para assumir que a infame política de contenção, dos séculos 18, 19 e 20,
continua ainda hoje. Vivem tentando nos encurralar porque temos posição
independente, porque a defendemos e a mantemos, e porque damos às coisas os
nomes reais e não nos envolvemos em hipocrisias. Mas para tudo há limites.
E, com a Ucrânia, nossos
parceiros ocidentais cruzaram a linha, jogaram sujo, agiram irresponsavelmente
e sem seriedade.
Impressionantes palavras, vindas de
presidente de uma superpotência nuclear: Putin não apenas denuncia a total,
completa hipocrisia do Império Anglo-Sionista; ele também a apresenta como
continuação direta de três séculos de políticas anti-Rússia pelas potências
europeias ocidentais! Não apenas denuncia o duplifalar do Império; Putin ridiculariza
abertamente a incompetência dos governantes ocidentais:
Afinal, eles sabem que há
milhões de russos vivendo na Ucrânia e na Crimeia. Teriam de não ter nenhum
instinto político e nenhum bom-senso para não antever a consequências de suas
ações. A Rússia viu-se numa posição da qual não poderia recuar. Se se comprime
a mola além do limite dela, ela fatalmente escapará à compressão e saltará com
força. Não esqueçam disso, nem por um instante.
É verdade. Não se consegue atinar
com o quê, no mundo, andaria pela cabeça do “alto comando do Império” quando
decidiram usar nazistas na Ucrânia, como usaram a al-Qaeda no Afeganistão: será
que realmente supuseram que a Rússia se renderia outra vez? Será que supuseram
que a Rússia teria tal opção?! Na
opinião de Putin, não. Nada disso sequer passou-lhes pela cabeça!
É em momentos de virada
histórica, como esses, que uma nação demonstra a própria maturidade e fortaleza
de espírito. Os russos mostraram essa maturidade e essa fortaleza de espírito,
pelo apoio unificado que garantiram a todos os seus compatriotas. A posição da
política externa da Rússia nesse assunto obtém sua firmeza do desejo de milhões
de russos, de nossa unidade nacional e do apoio das principais forças políticas
e públicas. (…) É claro que enfrentaremos oposição externa, mas essa é
decisão que temos de tomar nós mesmos.
Estamos prontos para
consistentemente defender nossos interesses nacionais, ou continuaremos para
sempre a ceder, a nos recolher e retirar, sabe-se lá para onde? (…)
A Rússia, agora, também terá de
tomar uma difícil decisão, considerando os vários aspectos domésticos e
externos. O que pensa o povo russo? Aqui, como qualquer país democrático, as
pessoas têm diferentes pontos de vista. Mas sei que a absoluta maioria do nosso
povo claramente apoia o que está sendo encaminhado.
Resumamos o que temos até aqui.
Putin, nesse trecho, disse clara e abertamente que:
1) Não há limite para a
hipocrisia, as mentiras, o mal, a estupidez e a natureza agressiva do Império
Anglo-Sionista.
2) A própria natureza
desse Império implica ameaça existencial à Rússia.
3) O povo russo está
unido em sua determinação de resistir contra aquele Império.
Digo aqui bem francamente: para
mim, isso soa muito parecido com uma declaração de guerra.
Não necessariamente guerra à
quente, com soldados combatendo uns contra outros, mas algo além de uma Guerra
Fria na qual o status quo seja opção aceitável.
Putin está sugerindo que a
próxima guerra será guerra civilizacional, guerra cultural e, até, guerra moral,
uma guerra na qual um lado se ergue contra o mando absoluto de um hegemon mundial
cínico, e a favor de um mundo multipolar no qual todos os países submetem-se ao
mesmo conjunto de regras e princípios.
Mas, ainda mais importante que um
conjunto de regras e princípios, o tipo de sistema internacional que a Rússia
vem buscando é sistema no qual cada nação, cultura e religião terá liberdade
real – não liberdade só “por teoria” – para viver como queira. Foi o que Putin
já dissera claramente em 2013, em seu discurso
presidencial anual à Assembleia Federal, quando disse:
Hoje, muitas nações estão
revisando seus valores morais e normas étnicas, erodindo tradições étnicas e as
diferenças entre povos e culturas. A sociedade é agora convocada não só a
reconhecer o direito de todos à liberdade de consciência e de visão política e
à privacidade, mas também a aceitar sem questionar, por estranho que pareça, a
igualdade entre o bem e o mal – conceitos cujos significados são opostos.
Essa destruição de cima para
baixo de valores tradicionais não leva só a consequências negativas para a
sociedade: ela é também essencialmente antidemocrática, posto que se constrói
sobre ideias abstratas, especulativas, contrárias ao desejo da maioria, a qual
não aceita as mudanças que acontecem ou a proposta “revisão dos valores”.
Sabemos que há cada vez mais pessoas no mundo que apoiam nossa posição de
defender valores tradicionais que estão nas fundações morais e espirituais da
civilização em cada nação, há milhares de anos: os valores das famílias
tradicionais e tribais, a vida humana real, incluindo a vida religiosa, não só
a existência material, mas também a espiritualidade, os valores do humanismo e
da diversidade global. Claro, sim, essa é posição conservadora.
Mas, usando as palavras de
Nikolai Berdyaev, o ponto do conservadorismo não é que ele impeça movimentos
para cima e para adiante, mas que ele impede movimentos para trás e para baixo,
para a escuridão caótica, e a volta a um estado primitivo.
É bem claro que essa última
sentença manifesta o que a Rússia vê ao examinar o nível de degradação
civilizacional e cultural a que chegou o Império Anglo-Sionista e que foi
imposto aos povos da Europa e dos EUA.
Além disso, quando Putin
diz que:
Essa destruição de valores
tradicionais de cima para baixo não leva só a consequências negativas para a
sociedade: ela é também essencialmente antidemocrática, posto que se constrói
sobre ideias abstratas, especulativas, contrárias ao desejo da maioria, a qual
não aceita as mudanças que acontecem ou a proposta “revisão dos valores.
Ele está claramente afirmando que o
Império Anglo-Sionista não é governado pelo povo que vive sob aquele Império,
mas por minorias, grupos de interesses “especiais”, por lobbies e
gangues que agem por trás das cortinas e que impõem sua própria agenda perversa
ao resto do povo.
Outra vez, em resumo:
O presidente da Rússia lançou
aberta declaração de guerra contra a elite, o 1%, que atualmente está no
controle do Império Anglo-Sionista.
Essa será guerra multinível, que
combinará o “soft Power” (resistência cultural, resistência religiosa,
resistência informacional, guerra econômica e financeira) e o “hard Power”
(um exército pronto para combater contra EUA/OTAN, se for preciso; o uso da
energia-como-arma, contra a guerra econômica).
Numa muito irônica virada
histórica, sobretudo para uma sociedade capitalista que ridicularizou Marx e
repudiou o conceito de guerra de classes, essa guerra será, muito
profundamente, uma guerra entre classes na qual oligarcas de
diferentes países se apoiarão uns nos outros, e na qual o povo comum, normal,
os 99% trabalharão juntos, por exemplo, nos “campos de batalhas virtuais” da
Internet.
O campo crucial de batalha:
“operações de informação global”
“Operações
de Informação” [Information
operations, IO (ing.)]
é a expressão usada pelos militares norte-americanos para “operações de apoio
direto e indireto para os militares dos EUA”. As operações psicológicas, PSYOPs[ing.]
são subconjunto das IOs. Para o que aqui nos interessa, é preciso
porém estender o conceito para além das operações militares, para todo o pleno
espectro das políticas de segurança nacional de um país e, no nosso caso,
também para o “estado profundo” que controla as rédeas no Império
Anglo-Sionista.
Falarei
portanto de Operações de Informação Global [ing.Global Information Operation
(GIOs)], cujo coração é a empresa-imprensa ocidental, codinome
“mídia corporativa ocidental”.
Durante parte da minha vida, eu,
como outros analistas militares, ganhamos a vida lendo, dentre outras coisas, a
imprensa soviética diária. Não só Pravda ouIzvestia,
mas também publicações, jornais, revistas, periódicos especializados, ainda
mais entediantes. Sempre que podia, ouvia as rádios soviéticas e jamais perdi
chance de assistir à TV soviética, principalmente aos programas “de notícias”.
Naquele tempo, eu era jovem,
ingênuo e perfeito idiota, e acreditava sinceramente que a União Soviética
fosse ameaça mortal à Europa Ocidental, e que o único anteparo que protegia os
estados europeus (vale dizer “nós”, o “mundo livre”) contra ao avanço dos
monstruosos, maléficos comunistas era o poder militar da aliança da OTAN.
Examinando agora, em retrospectiva,
a quantidade astronômica de lixo que ocupava o meu cérebro, sinto-me,
sinceramente, envergonhado da minha credulidade total. Mas naquela época eu era
dedicado soldado da Guerra Fria, cujo lema era “conhece o teu inimigo”. Ah, e
isso, eu fazia bem feito e, sim, conheci meu “inimigo” realmente muito, muito bem.
Quis explicar tudo o que disse até aqui, antes de declarar o que segue:
Em totais
honestidade e sinceridade, tenho de dizer que, comparada à moderna
empresa-imprensa ocidental, a imprensa soviética era muito mais pluralista,
muito mais diversa e muito mais confiável.
Pura verdade! A imprensa soviética
apenas não falava de alguns assuntos. Mas, de fato, e diferente nisso da
imprensa-empresa ocidental que conhecemos, a imprensa soviética JAMAIS SUPÔS
QUE PUDESSE MENTIR ilimitadamente, a ponto de pôr-se a “noticiar” como
“verdade” e como “fato”, o que todos soubessem ser absoluta, indiscutível
mentira.
Por um lado, o público-leitor
soviético era muito mais bem educado. Todos nós, inclusive eu, tivemos aulas
obrigatórias de marxismo-leninismo em escolas soviéticas, das quais fazíamos o
possível para escapar, mas que, fosse como fosse, nos aproximaram bem
decentemente de conceitos como dialética, materialismo histórico e economia.
Todos esses assuntos habituam o sujeito a pensar. Não quero dizer
que o povo soviético não fosse enganado por mentiras – podia ser e foi – mas
aquelas mentiras que ouvíamos tinham de ser pelo menos 50% críveis, e tinham de
aparecer em cenário plausível.
Bem ao contrário disso, e para
público “criado” em frente a telas das redes CNN, BBC ou MTV as mentiras não
precisam conter nem uma dose mínima de bom-senso (como se viu tão
impressionantemente na cobertura que a imprensa-empresa deu à guerra de
8/8/2008 e, agora, aos eventos na Ucrânia): o duplipensar previsto no livro 1984 de
Orwell está aí sobre nós: branco pode ser dito preto e vice-versa e não há
problema algum.
Atrevo-me a afirmar que, comparado
ao que oferece a imprensa-empresa que conhecemos, até o Völkischer
Beobachter [Observador Popular] dos nazistas continha mais
informação que, digamos, o New York Times, o Wall Street
Journal ou a BBC (e dos
jornais do grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão), desses, então... NEM SE
FALA!!!!) cujo nível de mentiras descaradas, deslavadas, só se
compara, talvez a Der Stürmer [O Atacante, semanário
alemão antissemita, editado em Nuremberg entre 1923 e 1945].
A primeira vez em que percebi esse
nível sem precedentes de absolutas mentiras da imprensa-empresa foi durante a
guerra de EUA/OTAN na Iugoslávia (Croácia, Bósnia, Kosovo), mas acho que, de lá
pra cá, a coisa piorou muito. Fato é que a moderna imprensa-empresa russa é
extremamente diversificada e os russos, quando expostos à cobertura que a
imprensa-empresa ocidental dá aos atuais acontecimentos na Ucrânia, ficam sem
entender. Simplesmente não conseguem compreender como uma sociedade que, vista
de fora, parece ter todas as características de sociedade livre e pluralista admite
“aquilo”.
Nos velhos duros tempos da URSS,
era simples: havia censura pelo Estado. Mas no ocidente não há censura pelo
Estado, nada de Glavlit, nada deGoskomizdat,
mas, mesmo assim, a imprensa-empresa ocidental é, de longe, muito mais
monolítica, monocórdica, desonesta, que, até, a imprensa oficial do Partido na
URSS. Mas há uma diferença crucial entre a URSS e o Império Anglo-Sionista de
hoje: a Internet.
Dito em termos simples, a Internet
é a única mídia global que não é controlada nem por governos nem pelas
corporações (controle que, na prática, é o mesmo controle). Sim, sim,
há numerosas tentativas, tanto por governos como por empresas, para mudar isso,
mas, pelo menos por hora, a informação ainda circula livremente pela Internet.
E isso introduziu mudanças interessantes:
1) um único cidadão,
com um mínimo de meios para viver, tem agora como opor-se, de modo
significativo às mentiras das grandes empresas ou de governos; o caso de Alain
Soral na França é típico dessa interessante tendência;
2) a resistência contra
o Império está hoje geograficamente descentralizada, como esse blog mostra tão
claramente, pela espantosa diversidade de seus leitores;
3) é absolutamente
impossível suprimir totalmente a informação: o mundo soube dos massacres e das
atrocidades cometidas pelos insurgentes wahabistas na Síria, apesar do empenho
de toda a imprensa-empresa para que ficassem ignorados;
4) documentos oficiais
com baixo nível de clandestinidade ou segredo têm sido frequentemente expostos
por indivíduos que conseguem vazá-los (Assange, Snowden, Manning), sem que
ninguém consiga impedir os vazamentos;
5) número crescente de
pessoas conseguem escapar à exposição na imprensa-empresa, a qual, hoje,
subsiste principalmente de fundos oficiais;
6) mesmo quem ainda
assista à TV ou leia jornais impressos ou online, sabe, de plena
consciência de que estão ouvindo/lendo mentiras.
Tudo isso significa que estamos
vivendo numa nova realidade na qual o Império Anglo-Sionista global é alvo de
uma resistência global que não tem fronteiras, não conhece
nacionalidades nem religiões: gente dos mais diferentes países, nações e
religiões unem-se contra um hegemon que pesa sobre eles todos,
não apenas por teoria, como em “Proletários de todos os países, uni-vos”, mas
real e concretamente, e todos colaboram ativamente uns com os outros.
No discurso de ontem
(19/3/2014), Putin falou a essa resistência global contra o Império e suas
Operações de Informação Global(GIOs).
Claro que, em primeiro lugar, Putin
falou ao povo russo, da Crimeia e da Ucrânia, mas visava também mais longe, a
todos os provavelmente muitos milhões que fariam o esforço necessário para
assistir ao discurso por YouTube, ou que leriam uma transcrição (ou
tradução) de seu discurso.
Porque tudo isso é, claro, muito
maior que simples luta pelo poder sobre uma relativamente pequena península no
Mar Negro: ontem, pela primeira vez, um líder poderoso e determinado disse
abertamente ao Império:
Conhecemos você; entendemos o
que está tentando fazer; e não permitiremos que faça o que planeja fazer. De
fato, rejeitamos tudo que você, Império, prega. Nunca, de modo algum,
admitiremos que faça o que pensa fazer. E hoje temos os meios para fazê-lo parar!
Lágrimas emocionadas avistadas
pelo mundo
Acho que estamos entrando numa nova
era pela qual muitos de nós esperamos há muito tempo. Era em que uma
resistência que até aqui só foi local, acabou por encontrar alguém capaz, não
de comandá-la, não; mas capaz de representá-la e de inspirá-la. Sinceramente,
não creio que Putin tenha desejado isso. Putin, com certeza, teria preferido
estar no papel do presidente Xi Jinping, da China, que apoia Putin
integralmente, mas prefere evitar confrontar diretamente o Império, pelo menos
até que a China se torne realmente poderosa.
O Irã e o Hezbollah resistem
abertamente há muitos anos, mas simplesmente não têm os meios para alcançar
muito além do Oriente Médio.
Quanto à resistência na América
Latina (Venezuela, Equador, Cuba, Nicarágua, Bolívia) não deu sinais de ser
realmente capaz de mobilizar líderes mais hesitantes (Brasil, Chile, Argentina)
ou estados que são declarados fantoches dos EUA (Colômbia).
O que se viu na recente votação no
Conselho de Segurança da ONU, na qual só a China se absteve, e todos os demais
membros votaram contra a Rússia, é que, em escala global, a Rússia está só e
nenhum outro governante teve coragem, até agora, de expor-se ao lado de Putin.
Mesmo eu, que acompanhava a
carreira de Putin bem atentamente desde 1999, só em 2008 consegui obter um
quadro integral do que Putin é ou quer ou faz. Mas, sim, sei que ainda havia
muitos céticos: Putin era mesmo o que parecia ser, ou estaria apenas metido num
sofisticado jogo de “policial bonzinho/policial durão” com Medvedev, cada um
dos dois jogando para o próprio público cativo?
Quando a Rússia foi convidada para
o G8 e quando foi aceita na Organização Mundial do Comércio, muitos atentos e
cuidadosos observadores discutiram se Putin seria mesmo tão “anti-império” como
dizia ser, ou se estaria apenas envolvido numa dura barganha por melhores
condições dentro do sistema internacional do Império. Espero que, hoje, esses
céticos já tenham percebido que Putin é “verdadeiro” e que é agora o líder de fato
da resistência global contra o Império Anglo-Sionista.
Como mencionei acima, muitos
leitores deste blog, que absolutamente não têm conexões com a Rússia,
escreveram, ontem, que haviam assistido ao discurso de Putin com lágrimas nos
olhos. Daí resultou discussão emocionada sobre lágrimas e emoções noticiadas em
várias partes do mundo (Alemanha, EUA, Uruguai, Áustria, Canadá e, claro, na
Rússia), em que se falava, metaforicamente, de “tempestade de poeira nos
olhos”...
Um correspondente anônimo que não
quis usar o eufemismo da poeira nos olhos escreveu simplesmente:
Por aqui não era poeira. Chorei
sinceramente, pela esperança de toda a humanidade, em todo o mundo, de que se
possa viver em paz, em respeito mútuo, com fartura e prosperidade para todos,
nesse belo planeta. Acredito, sim, que começa a nova era.
Em outras palavras: Putin – ouvimos
bem o que você disse!
Conclusão – Vitória que pertence
a todos os homens e mulheres livres
Primeiro, digamos bem claramente: o
que aconteceu na Crimeia é definitivamente vitória, mas apenas uma, numa guerra
muito mais vasta que está longe do fim.
A primeira regra em todas as lutas
é jamais subestimar o inimigo e nunca, como dizem os franceses, “vender a pele
antes de matar o urso”. Nada está resolvido e, se estivermos mesmo no começo do
fim do Império, mesmo assim será o começo do começo de um processo longo e
perigoso. Há Impérios que morrem mais ou menos pacificamente, destruídos pela
ruína econômica e pelos excessos. Mas outros há que têm de ser destruídos numa
orgia de violência.
Embora nos meus maus dias eu às
vezes sonhe com ver um cabo do exército russo plantar uma bandeira russa no
topo do Capitólio, como Meliton
Kantaria fez no Reichstag, não me parece que haja
muito o que festejar, se a coisa acontecer em plena noite de um inverno
nuclear. Assim sendo, se trata de derrubar o Império Anglo-Sionista, sem
derrubar junto o resto do planeta.
As partes do planeta que já foram
“liberadas” (Rússia, Bielorrúsia, Cazaquistão, China, Irã, etc.) têm de
resistir, se preciso pela força, para permanecer livres.
As partes onde ainda se luta
(Síria, Líbano, Venezuela, etc.) têm de perseverar na luta. E todo o resto do
mundo tem de continuar na resistência não violenta, no campo ideológico e
informacional contra o Império Anglo-Sionista e suas mentiras.
Podemos usar a bem conhecida imagem
de um enxame de abelhas que ataca um grande animal: individualmente, cada
abelha pode fazer pouco, mas em ataque coordenado, as abelhas podem derrotar e
até matar animal muito maior.
Até lá, sim, já temos muito a
comemorar de nossa vitória comum, de todos, essa semana, parafraseando as
palavras de Hassan Nasrallah naquele seu discurso “A Divina Vitória”, de
beleza, pode-se dizer, absoluta:
Sentimos que vencemos; o Líbano
venceu; a Palestina venceu; a nação árabe venceu, e todas as pessoas oprimidas,
ofendidas nesse mundo também venceram. Nossa vitória não é a vitória de um
partido. Repito o que disse dias 25/5/2000 em Bint Jbeil: Essa não é a vitória
de um partido ou de uma comunidade; é uma vitória para o Líbano verdadeiro,
para o verdadeiro povo libanês e de todos os homens e mulheres livres no mundo.
Não distorçam essa grande vitória histórica. Não a prendam num partido, num clã
sectário, de comuna ou de região. Essa vitória é grande demais para que a
compreendamos. As próximas semanas, próximos meses e anos confirmarão isso.
Há também uma canção sobre a guerra
como metáfora de toda a resistência contra o mal e a brutalidade, canção muito
popular na Rússia, que tem o título de “Um Brinde”, que pode ser ouvida (com
letra traduzido) a seguir:
Brindemos à vida, venha irmão,
até o fim
Brindemos aos que estiveram
antes, conosco
Brindemos à vida! Malditas sejam
todas as guerras!
Relembremos os que
Aqui estiveram, antes, conosco.
Um brinde a eles, um brinde a
nós
E à Sibéria e ao Cáucaso
À luz das cidades distantes
À amizade e ao amor
À sua! À nossa! Um brinde
Aos soldados embarcados e aos Spetsnaz
Às medalhas em combate
Brindemos, brindemos, meu velho
amigo!
Nesse espírito, um brinde a vocês,
todos os meus leitores e amigos na Resistência. Desejo a todos coragem e
firmeza na longa luta que temos à frente. Mas, sim, hoje, é dia de celebrar. É!
The Saker
Nota dos tradutores
[1] Reação semelhante
registrou-se
(a) também em vários
blogs brasileiros com os quais a Vila Vudu e a redecastorphoto mantem contato.
E reação semelhante está registrada.
(b) ATÉ no portal G1
da rede Globo, Brasil. O portal, surpreendentemente, traduziu e publicou a íntegra
do discurso. Vale a pena ler os comentários de leitores (pelo
menos os que estavam publicados dia 19/03/2014, atualizados às 20h56). A
matéria dita “jornalística” de O Globo, como sempre, absolutamente
não presta, não se recomenda e não se repete e, sim, está em total desconexão
com os leitores, telespectadores e, no geral, o grande público para o qual a
Globo escreve e com o qual se deveria comunicar, mas, felizmente para a democracia, não
se comunica tanto quanto pensa que se comunique.
________________________________________
18/3/2014, The Saker, The Vineyard of the Saker
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/03/hoje-todas-os-homens-e-mulheres-livres.html
QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2014
POSTADO POR CASTOR FILHO ÀS 20:23:00
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MARCADORES: CRIMEIA, DISCURSO
DE 18/3/2014, HASSAN
NASRALLAH,IMPÉRIO
ANGLO-SIONISTA, RÚSSIA, THE
SAKER, THE
VINEYARD OF THE SAKER, UCRÂNIA, VILA
VUDU, VLADIMIR
PUTIN