Parlamento da Crimeia dá “nó” nos EUA
e chama plebiscito para a próxima semana
Autor:
Fernando Brito
6 de março de 2014
O dia começou no Ocidente com uma bomba diplomática.
O parlamento de Crimeia decidiu, ao que parece por unanimidade, antecipar para o dia 16, o domingo da
próxima semana, um referendo popular para decidir se a república permanece
associada à Ucrânia, como está desde pouco depois da queda da União Soviética,
ou se vai se integrar, com o mesmo status de autonomia, à Rússia.
As perguntas, tais como aprovada
pelo Conselho Supremo da Crimeia, serão escritas em russo, ucraniano e tártaro
da Crimeia, os três maiores grupos étnicos locais:
1) Você apoia a reunificação
da Crimeia com a Rússia como integrante da Federação Russa?
2) Você apoia a restauração da
Constituição da República da Crimeia, em 1992, que tornou o Estado da Crimeia
parte da Ucrânia?
Ninguém duvida que, posta em
votação, a ligação com a Rússia vá prevalecer.
O argumento de manter a integridade
territorial da Ucrânia terá dificuldades em prevalecer.
Não apenas porque a reunião entre
Crimeia é recente e limitada como, sobretudo, porque a orientação do Ocidente,
desde a Iugoslávia, tem sido a de apoiar as autonomias locais.
Só que, no caso da Ucrânia e da
Crimeia, a chamada ”estratégia da balcanização” (muito bem descrita por Mauro
Santayanna em artigo no Jornal do Brasil, funcionou ao contrário,
porque, desta vez, a fragmentação é pró-russa.
Como ficarão os “paladinos da
democracia” para pretender algo diferente da vontade popular?