“Meu corpo foi objeto em aulas de tortura”
Num depoimento contundente à Comissão da Verdade-RJ,
historiadora relata terror imposto pela ditadura e frisa: “nada era
clandestino; assassinos cantavam Hino Nacional”
DOMINGO, 23 DE MARÇO DE 2014
Imagem: Rubem Grilo
Por Dulce Chaves Pandolfi
Enquanto a Comissão Nacional da
Verdade permanece incapaz, há um ano, de criar iniciativas relevantes, algo
muito distinto acontece em grupos estaduais ou locais encarregados de examinar
um período em que o Estado brasileiro usou terror contra seus opositores. Em
São Paulo, investiga-se a ligação, com o regime, de setores sociais que
colaboraram com ele — mídia, grandes empresários, embaixada dos Estados Unidos,
por exemplo –, mas procuraram limpar sua própria imagem, quando o autoritarismo
foi derrotado. Fala-se em mobilizar a sociedade para rever a Lei de Anistia, nos aspectos em que favorece a
impunidade de torturadores. No Rio de Janeiro, propõe-se que o diretor da Agência Brasileira de
Informações (Abin) afaste-se do cargo, já que sua relação de parentesco (filho)
com um general acusado de envolvimento em torturas poderia influenciá-lo a não
levar adiante investigações delicadas e decisivas.
Também no Rio, a Assembleia
Legislativa ouve depoimentos marcantes. Um deles, prestado no final de maio,
foi particularmente esclarecedor. A pesquisadora Dulce Pandolfi, da Fundação
Getúlio Vargas, contou, no plenário do Legislativo estadual, sua experiência
nas masmorras da ditadura. O depoimento está coalhado de informações grotescas
— sobre aulas de tortura ou jacarés que passeavam sobre seu corpo nu. Mas ainda
mais significativas são suas impressões sobre… o normal-bizarro!
Dulce conta que, em suas
passagens por centros de tortura, chamou-lhe atenção o fato de não serem
clandestinos! Viviam uma rotina normal de repartição pública militar. Os
soltados juravam à bandeira e batiam continência. Cantava-se o Hino Nacional.
Fatos que hoje parecem distantes sugerem que, para certos setores da sociedade
— empresários e mídia inclusos — todos os métodos são válidos, desde que sirvam
para preservar seus interesses e privilégios. Vale ler a íntegra do
depoimento de Dulce, prestado em 28 de maio, e reproduzido a seguir.
“Como historiadora, sei que a
memória não diz respeito apenas ao passado. Ela é presente e é futuro. Os
testemunhos que estão sendo dados à Comissão da Verdade, embora sobre o
passado, dizem respeito ao presente e apontam para o futuro, por isto mesmo
espero que ajudem a construir um Brasil mais justo e solidário. Sei também que
da memória – sempre seletiva – , fazem parte o silêncio e o esquecimento. Por
isso, nessas minhas fortes lembranças, permeadas por ruídos, odores, cores e
dores, estarão presentes ausências e esquecimentos.
“Nascida e criada em Recife, fiz
parte de uma geração que sonhou e lutou muito. Queríamos romper com as
tradições, acabar com miséria e com as injustiças sociais, reformar a
universidade, derrubar a ditadura, enfim, queríamos transformar o Brasil e o
mundo.
“Em 1968, um ano marcado por
muitas paixões e fortes embates políticos e ideológicos, eu, cursando o segundo
ano de Ciências Sociais, fui eleita secretária geral do Diretório Central dos
Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco, DCE, entidade que congregava
todos os estudantes daquela universidade. Naquele ano, o movimento estudantil
explodiu por toda parte.
“No Brasil, depois da famosa
Passeata dos Cem Mil, realizada aqui no Rio de Janeiro e que tentamos replicar
nas diversas capitais do país, o ano terminou com a decretação do Ato
Institucional n. 5. A partir daí, as prisões, as mortes e as torturas, iniciadas
em 1964, aumentaram. A radicalização do regime, para muitos de nós, justificava
a continuidade da nossa luta. Foi também em 1968 que ingressei em uma
organização de esquerda armada, a Ação Libertadora Nacional, ALN.
“No início de 1970, perseguida
pelos órgãos da repressão, fugi do Recife e vim para o Rio de Janeiro. Poucos
meses depois, fui presa.
“Naquela noite do dia 20 de
agosto de 1970, no momento em que entrei no quartel da Polícia do Exército
situado na Rua Barão de Mesquita número 425, no bairro da Tijuca, no Rio de
Janeiro, ouvi uma frase que até hoje ecoa forte nos meus ouvidos: “Aqui não
existe Deus, nem Pátria, nem Família. Só existe nós e você.” Hoje, passados
mais de 40 anos, penso no efeito que aquela frase produziu, em mim. Com vinte e
um anos de idade, cheia das certezas e transbordando de paixões, eu não queria
morrer. Embora totalmente acuada e literalmente apavorada, aquela frase, não
deixava a menor dívida para algo que eu já sabia, mas que naquele momento
ganhou força e concretude. Não havia comunicação ou negociação possível entre
aqueles dois mundos: o meu e o deles.
“Era naquele quartel que
funcionava o DOI CODI. O prédio tinha dois andares. Diferentemente do que
muitos dizem, aquele lugar não era um “porão da ditadura”, um local clandestino.
Embora ali não existisse “nem Deus, nem pátria, nem família”, eu estava em numa
dependência oficial do Exército brasileiro. Uma instituição que funcionava a
todo vapor, com todos os seus rituais, seus símbolos, seus hinos, sua rotina.
Ali fiquei mais de três meses.
“Na andar térreo, tinha a sala de
tortura, com as paredes pintadas de roxo e devidamente equipada, outras salas
de interrogatório com material de escritório, essas às vezes usadas, também,
para torturar, e algumas celas mínimas, chamadas solitárias, imundas, onde não
havia nem colchão. Nos intervalos das sessões de tortura, os presos eram
jogados ali. No segundo andar do prédio havia algumas celas pequenas e duas bem
maiores, essas com banheiro e diversas camas beliches. Foi numa dessas celas
que passei a maior parte do tempo.
“Normalmente, os torturadores,
embora quase todos militares, andavam à paisana. Os fardados cobriam com um
esparadrapo o nome que estava gravado em um dos bolsos do uniforme. Cabia aos
cabos e soldados cuidar da infraestrutura. Eram eles que fechavam e abriam as
celas, nos levavam para os interrogatórios, ou melhor, para as sessões de
tortura, faziam a ronda noturna, levavam as nossas refeições. Ali não havia
banho de sol, visita familiar, conversa com advogado. Nenhum contato com o
mundo lá de fora. Naquela fase, éramos presos clandestinos. Só saíamos das
celas para os interrogatórios, de olhos vedados, sempre com um capuz preto na
cabeça. Quase todos os que faziam o trabalho de infraestrutura, incorporavam o
ambiente da tortura. Mas, tinha algumas exceções. Um dos soldados, por exemplo,
me deu um pedaço de papel e uma caneta para eu escrever uma carta para meus
pais. E, de fato, a carta chegou ao destino.
“Durante os mais de três meses
que fiquei no DOI CODI, fui submetida, em diversos momentos a diversos tipos de
tortura. Umas mais simples, como socos e pontapés. Outras mais grotescas como
ter um jacaré andando sobre o meu corpo nu. Recebi muito choque elétrico e
fiquei muito tempo pendurada no chamado “pau de arara”: os pés e os pulsos
amarrados em uma barra de ferro e a barra de ferro, colocada no alto, numa
espécie de cavalete. Um dos requintes era nos pendurar no pau de arara, jogar
água gelada e ficar dando choque elétrico nas diversas partes do corpo molhado.
Parecia que o contato da água com o ferro, potencializava a descarga elétrica.
Embora, essa tenha sido a tortura mais frequente havia uma alternância de
técnicas. Uma delas, por exemplo, era o que eles chamavam de “afogamento”.
Amarrada num cadeira, de olhos vedados, tentavam me sufocar, com um pano ou
algodão umedecido com algo com um cheiro muito forte, que parecia ser amônia.
“De um modo geral, para os
presos, a barra mais pesada ocorria nas primeiras 24 horas após a prisão. Era a
corrida contra o tempo: para eles e para nós. Durante essas primeiras horas,
duas eram as perguntas básicas: ponto e aparelho. Ponto era o local, na rua,
onde os militantes se encontravam e aparelho era o local de moradia ou de
reunião.
“Não sei quanto tempo durou a
minha primeira sessão. Só sei que ela acabou quando eu cheguei no limite. Muito
machucada, e sem conseguir me locomover, ouvi, ao longe, um bate boca entre os
torturadores se eu deveria ou não ser levada para o Hospital Central do
Exército. A minha prisão, consequência de um contato familiar, tinha muita
testemunha. Ou seja, muitos familiares, que nada tinham a ver a minha
militância, foram presos e levados para o DOI CODI. Sobre essas prisões nada
ficou documentado.
“Quando eu passei a correr risco
de vida, montaram uma pequena enfermaria em uma das celas do segundo andar. Ali
fui medicada, ali fiquei tomando soro. Meu corpo parecia um hematoma só. Por
conta, sobretudo, da grande quantidade de choque elétrico, fiquei com o corpo
parcialmente paralisado. Achava que tinha ficado paralítica. Aos poucos fui
melhorando. Fiquei um bom tempo sem descer para a sala roxa. Mas, ouvir gritos
dos outros companheiros presos e ficar na expectativa de voltar, a qualquer
momento para a sala roxa, era enlouquecedor.
“Uma noite, que não sei precisar
quando, desci para a sala roxa para ser acareada com o militante da ALN,
Eduardo Leite, conhecido como Bacuri. Lembro até hoje dos seus olhos, da sua
respiração ofegante e do seu caminhar muito lento, quase arrastado, como se
tivesse perdido o controle das pernas. Num tom sarcástico, o torturador dizia
para nós dois, na presença de outros torturadores: “viram o que fizeram com o
rapaz. Essa turma do Cenimar é totalmente incompetente. Deixaram o rapaz nesse
estado, não arrancaram nada dele e ainda prejudicaram nosso trabalho”. No dia 8
de dezembro daquele ano, mataram Bacuri.
“Durante o tempo que fiquei
sozinha na tal cela grande do segundo andar, com muita dor, sem ter
absolutamente nada para fazer, achava que ia enlouquecer. Para passar o tempo,
inventei duas atividades: contar os ladrilhos do chão e fazer pequenas tranças
com palhas retiradas dos colchões.
“Foi nessa mesma cela que,
naqueles primeiros dias, foi acolhida, durante alguns minutos, por Ana
Burzitin, encarregada de dar meu primeiro banho. Depois de algum tempo,
chegaram ou passaram por lá Cecília Coimbra, que também me ajudava no banho,
Margarida Solero, a canadense Tânia Chao, Maria do Carmo Menezes, Carmela
Pezzutti, Vânia, Marcia e Josi. Todas igualmente torturadas. Juntas, totalmente
apoiadas umas nas outras, chorávamos, cantávamos e rezávamos muito.
“No dia 20 de outubro, dois meses
depois da minha prisão e já dividindo a cela com outras presas, servi de cobaia
para uma aula de tortura. O professor, diante dos seus alunos fazia demonstrações
com o meu corpo. Era uma espécie de aula prática, com algumas dicas teóricas.
Enquanto eu levava choques elétricos, pendurada no tal do pau de arara, ouvi o
professor dizer: “essa é a técnica mais eficaz”. Acho que o professor tinha
razão. Como comecei a passar mal, a aula foi interrompida e fui levada para a
cela. Alguns minutos depois, vários oficiais entraram na cela e pediram para o
médico medir minha pressão. As meninas gritavam, imploravam, tentando, em vão,
impedir que a aula continuasse. A resposta do médico Amilcar Lobo, diante dos
torturadores e de todas nós, foi: “ela ainda aguenta”. E, de fato, a aula
continuou.
“A segunda parte da aula foi no
pátio. O mesmo onde os soldados diariamente, faziam juramento à bandeira,
cantavam o hino nacional. Ali fiquei um bom tempo amarrada num poste, com o tal
do capuz preto na cabeça. Fizeram um pouco de tudo. No final, avisaram que,
como eu era irrecuperável, eles iriam iam me matar, que eu ia virar
“presunto”’, um termo usado pelo Esquadrão da Morte. Ali simularam meu
fuzilamento. Levantaram rapidamente o capuz, me mostraram um revolver, apenas
com uma bala, e ficaram brincando de roleta russa. Imagino que os alunos se
revezavam no manejo do revolver porque a “brincadeira” foi repetida várias vezes.
“No final de novembro fui
transferida para o DOPS, na rua da Relação, no centro do Rio de Janeiro. Ali,
durante um mês, fiquei numa cela com a médica Germana Figueiredo. A ela,
também, muito devo. Com o dobro da minha idade, cuidou de mim como uma mãe. Durante
a minha estáda no DOPS fui levada para o Instituto Médico Legal, IML, para
fazer um exame de corpo de delito. Achavam que eu seria uma das presas
políticas trocadas pelo embaixador suíço, sequestrado no dia 8 de dezembro. Uma
das exigências da embaixada era que os prisioneiros que fossem trocados pelo
embaixador tivessem um laudo médico oficial do Estado brasileiro sobre o seu
estado físico. E eu, quase quatro meses depois, ainda estava marcada pelas
torturas. Essas marcas constam do laudo oficial do IML, que, o meu advogado
Heleno Fragoso, conseguiu anexar ao meu processo. Mas, no final de dezembro, ao
invés de sair rumo ao Chile, como os companheiros que foram trocados pelo
embaixador suiço, eu fui transferida para o presídio Talavera Bruce, em Bangu,
zona norte do Rio de Janeiro. Depois de ter ficado ali quase seis meses,
enfrentando uma barra bastante pesada, fui transferida para o presídio Bom
Pastor, em Recife.
“Ao todo fiquei presa um ano e
quatro meses. Como tinha vários processos, mas nenhum julgamento concluído, saí
da prisão no dia 14 de dezembro de 1971, com um recurso jurídico chamado
“relaxamento de prisão preventiva”. Era uma espécie de “liberdade condicional”.
Tinha várias restrições e não podia me ausentar do país. Anos depois, a Justiça
Militar me absolveu. Mas, nenhuma absolvição pode apagar os métodos utilizados
durante o tempo que estive presa sob a responsabilidade do Estado brasileiro.
“No momento em que estava
escrevendo esse depoimento, me veio à cabeça um texto que li, também no famoso
ano de 1968, no curso de literatura que fazia na Aliança Francesa de Recife.
Esse texto, que muito me mobilizou tem o título de J’Accuse – em
português, Eu Acuso. Em carta endereçada ao Presidente da República
Francesa, escrita m 1898, o escritor francês Emile Zola fazia uma defesa
pública de Alfred Dreyfus, preso e condenado à morte por conta de uma falsidade
e de um grave erro judicial. Começando todas as frases da carta com a expressão
Eu Acuso, aquele documento produziu um enorme impacto na sociedade francesa.
Obviamente sem a pretensão literária de Zola, mas esperando que os trabalhos da
Comissão da Verdade produzam também impacto forte na sociedade brasileira, eu
finalizo esse meu depoimento, fazendo uma espécie de plágio ao texto do famoso
escritor francês.
“Eu acuso todos os torturadores,
civis e militares, inclusive aqueles que diziam e continuam dizendo que estavam
apenas cumprindo ordens dos seus superiores.
“Eu acuso os altos oficiais e
comandantes do Exército brasileiro que, em visitas oficiais ao DOI CODI,
entravam nas nossas celas e faziam gracejos com as nossas torturas. Em uma
dessas visitas, um desses oficiais, colocou seu acompanhante, um cão pastor,
para lamber minhas feridas.
“Eu acuso quem, durante a minha
primeira sessão de tortura, me deu uma injeção na veia, dizendo ser o tal “soro
da verdade”.
“Eu acuso o major da Polícia
Militar Riscala Corbaje, conhecido como doutor Nagib, que ao perceber que o tal
soro da verdade não havia produzido o efeito esperado, me levou para uma pequena
sala, me deitou no chão, subiu nas minhas costas, começou a pisotear e me bater
com um cassetete, dizendo, aos gritos, que ia me socar até a morte. O seu
descontrole foi tamanho e seus gritos tão estridentes que os outros
torturadores entraram na sala e arrancaram ele de cima de mim.
“Eu acuso o major do Exército
João Câmara Gomes Carneiro, conhecido como Magafa, que em uma daquelas noites,
dias depois que eu havia saído do soro, me deixou durante algumas horas, em pé,
com um capuz na cabeça e os fios amarrados nos meus dedos. De tempos em tempos
ele cochichava nos meus ouvidos que eu tivesse “um pouco de paciência” porque
ele estava muito ocupado, mas que “a sessão dos choques elétricos iria começar
a qualquer momento”. Para mim aquele foi um tempo quase infinito. A despeito de
ser aquela uma noite muito fria, quando voltei para a cela, minha roupa estava
totalmente molhada, colada no corpo, de tanto que eu havia transpirado de medo.
“Eu acuso o médico Amilcar Lobo
que fez uso dos seus conhecimentos médicos para auxiliar no esquema da tortura.
Um dia, diante do nosso clamor para que ele tentasse impedir que Maria do Carmo
Menezes, grávida de cinco meses, continuasse sendo torturada, ele nos
respondeu: “comunista não pode engravidar”.
“Eu acuso o cabo Gil, um dos
responsáveis pela infraestrutura do quartel da PE. O seu sadismo era sem fim.
Lembro até hoje do barulho forte das chaves quando ele abria a porta da nossa
cela com o capuz na mão. Propositalmente, ele demorava um tempo e, como se
estivesse fazendo um sorteio, dizia: “acho que agora é sua vez”. Descer as
escadas de olhos vedados, guiadas por ele, era um horror. Sempre inventava mais
um degrau ou colocava o pé para nós tropeçarmos.
“Eu acuso o agente da Polícia
Federal Luiz Timóteo de Lima, conhecido como Padre, que me deu muito choque
elétrico.
“Eu acuso o coronel da reserva
Paulo Malhães que em recente entrevista ao jornal O GLOBO, no dia 26 de junho
de 2012, afirmou que em 1970, trouxe do rio Araguaia cinco jacarés e levou para
quartel da PE na rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, para atemorizar os
presos políticos.
“Eu acuso todos os que assistiram
e os que ministram aulas de torturas comigo e com outros presos.
“Eu acuso a diretora do Presídio
Talavera Bruce em Bangu, no Rio de Janeiro, que me deixou durante seis meses,
sozinha, isolada, numa cela mínima, insalubre, chamada solitária. Em solitárias
semelhantes estavam, naquele mesmo período, as presas políticas Estrela e
Jessie Jane.
“Eu acuso os ex presidentes da
República Humberto Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto
Geisel e João Batista Figueiredo. A despeito das divergências entre eles e das
diferentes conjunturas em que chefiaram o país, todos, sem exceção, foram
responsáveis e coniventes com a tortura.
“Finalmente, eu acuso o regime
ditatorial implantado no Brasil em 1964, que fez da tortura, uma política de
Estado.”
Postado Por Rosangela Basso